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sexta-feira, 19 de abril de 2024

O outono de Antonio Vivaldi

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Antonio Vivaldi (Veneza, 4 de março de 1678 — Viena, 28 de julho de 1741) foi um compositor e músico italiano do estilo barroco tardio. Tinha a alcunha de il prete rosso (“o padre ruivo”) por ser um sacerdote de cabelos ruivos. Compôs 770 obras, entre as quais 477 concertos e 46 óperas. É, sobretudo conhecido popularmente como autor de concertos para violino e orquestra.

Vivaldi era um padre esquisito que foi excomungado porque certa vez ao ser tomado por uma melodia durante a celebração da missa, não teve dúvidas: para não esquecê-la correu para a sacristia a fim de anotá-la, abandonando o altar no sacrossanto momento da sagração das hóstias.

Foi um compositor tão genial quanto prolífico. Compôs, entre muitas obras, mais de quatrocentos concerti grossi. E, tão notável foi esse aluvião de melodias, que um crítico italiano certa vez afirmou ter “Vivaldi compôs quatrocentas vezes o mesmo concerto”. Frase epigramática, mas injusta, na opinião de Otto Maria Carpeaux.

Numa coleção dos referidos concertos chamados Cimento dell´armonia e dell´invenzione encontram-se os concerti grossi dedicados às Quattro Stagioni. São melodias belíssimas e muito conhecidas, pois são executadas até como vinhetas de programas de rádio, de TV e mesmo em propagandas comerciais. E a melhor prova da qualidade musical desta obra de Vivaldi, é que mesmo a ouvindo quase que diariamente, as pessoas dela não enjoam. No entanto, muito menos conhecidos são os poemas de sua autoria que acompanham as Stagioni.

Assim, para comemorar o outono a se iniciar no mês atual, reproduzimos uma das versões das poesias do Padre Ruivo, as quais são uma espécie de epígrafe de suas composições dedicadas às quatro estações do ano.

O Outono

Celebra o aldeão com danças e cantos
O grande prazer de uma feliz colheita;
Mas um tanto aceso pelo licor de Baco
Encerra com o sono estes divertimentos.

Faz a todos interromper danças e cantos,
O clima temperado é aprazível;
E a estação convida a uns e outros
Ao gozar de um dulcíssimo sono.

O caçador, na nova manhã, à caça,
Com trompas, espingardas e cães, irrompe;
Foge a besta, mas seguem-lhe o rastro.

Já exausta e apavorada com o grande rumor,
Por tiros e mordidas ferida, ameaça
Uma frágil fuga, mas cai e morre oprimida!

Sul 21

Antonio Vivaldi

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