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sexta-feira, 26 de abril de 2024

“Conferência relançou nutrição ao centro da agenda internacional”

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22/11/2014 09h47 – Atualizado em 22/11/2014 09h47

Fonte: Rádio ONU

No último dia da Segunda Conferência Internacional sobre Nutrição, o diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, afirmou que o evento de alto nível marcou um recomeço.

Em Roma, José Graziano da Silva falou com exclusividade à Rádio ONU logo após o encerramento da sessão, esta sexta-feira.

Recomeço

“Recomeço de os países se porem de acordo em uma agenda para levar a erradicação da fome e da malnutrição. Eu acho que temos pela frente uma década que queremos que seja conhecida como a década do desenvolvimento e o tema da malnutrição e da fome não pode existir.”

Durante cinco dias, a capital da Itália transformou-se no centro internacional dos debates sobre as várias faces da nutrição inadequada. Foram mais de 2,2 mil participantes, incluindo ministros da Saúde e da Agricultura.

A Segunda Conferência Internacional sobre Nutrição ocorreu 22 anos após a primeira reunião, porque para FAO, os números atuais são alarmantes: o mundo tem 2 bilhões de pessoas sem receber vitaminas e minerais essenciais, mas 1,4 bilhão está acima de seu peso ideal.

A fome é um sofrimento diário para mais de 800 milhões de indivíduos e o número de obesos nunca foi tão alto: 500 milhões. E como reduzir esses casos? As propostas vieram de representantes do setor privado, da sociedade civil e de governos.

Auto-Suficiência

Falando em inglês na plenária da FAO, o secretário de Estado da Alimentação de Portugal, Nuno Vieira e Brito, afirmou que seu país quer e está no caminho de alcançar a auto-suficiência alimentar em 2020.

Já o Ministro da Saúde do Brasil, Arthur Chioro, disse à Rádio ONU que a conferência reafirma compromissos já estabelecidos pelo país.

“Já expressos nas políticas governamentais, que traz o tema da malnutrição, não só o tema da desnutrição e da fome, mas também do sobrepeso e da obesidade, do direito das pessoas a uma alimentação saudável, do direito à produção de alimentos.”

Para a FAO, a fome também é uma questão moral, o que levou a agência da ONU a convidar o líder da Igreja Católica a participar da conferência.

Ao discursar para delegações de quase 170 países, sua santidade o Papa Francisco pediu aos líderes mundiais que não se esqueçam dos famintos.

Mulheres

A rainha Letizia da Espanha, outra convidada de honra da FAO, falou sobre a importância de incluir as mulheres nas políticas de combate à fome e à desnutrição.

Na conferência em Roma, os países lançaram um Quadro de Ação, um conjunto de 60 medidas para reverter as três causas da malnutrição: fome, falta de nutrientes e obesidade.

Cabe agora aos parlamentares discutir as propostas e usá-las como base na criação de leis. A conferência também abriu espaço aos líderes de organizações da sociedade civil. A representante da Marcha Mundial das Mulheres Moçambique, Olga Loforte, fez um balanço do encontro.

“A ideia é que a nossa participação nesse encontro é um momento chave para pensar depois o que a gente vai fazer e entender que a luta não está a terminar aqui, a nossa luta vai continuar e tem que continuar para protegermos as pessoas que sofrem da malnutrição.”

Angola dedica US$ 250 milhões de seu orçamento para projetos de agricultura familiar, segundo afirmou à Rádio ONU o Ministro da Agricultura. O que Afonso Canga leva do encontro internacional em Roma? A esperança da erradicação da malnutrição.

Investimento

“Temos que continuar com mais investimento no setor da agricultura. E também outra lição é que nós estamos num mundo em que as mudanças climáticas são uma realidade. Então temos que ter consciência que devemos produzir numa perspectiva de sustentabilidade. Veremos se daqui mais alguns anos, não precisemos de umas outras conferências para começarmos a tratar a questão da nutrição.”

A direção da FAO espera que daqui para frente a segurança alimentar, que envolve a quantidade de alimentos, e a nutrição, ligada à qualidade da comida, andem sempre juntas.

O encontro de alto nível realizado pela FAO e pela Organização Mundial da Saúde, OMS, foi considerado pelas duas agências o mais importante sobre o tema no século 21.

Foto: FAO/Alessandra Benedetti

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