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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Administrador de fazenda reconhece que alguns de seus raptores não eram indígena

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01/12/2015 23h04 – Atualizado em 01/12/2015 23h04

Administrador de fazenda reconhece que alguns de seus raptores não eram indígenas

Fonte: Assessoria de Imprensa CPI do Cimi/ Aprosoja (MS)

O administrador rural da fazenda Brasília do Sul, em Juti (MS), Ramão Evangelista Cristaldo, afirmou que gravou uma fita de áudio com depoimento do cacique Marcos Veron onde ele confirma que a propriedade não era terra indígena. “A área indígena era às margens do Rio Taquara, bem distante da propriedade” hoje invadida. Cristaldo prometeu que vai buscar essa gravação feita a cerca de 15 anos, onde Veron afirma que o Cimi – Conselho Indigenista Missionário – incita a invasão daquela propriedade.

O depoimento do administrador rural, que era amigo de Veron, aconteceu nesta terça-feira, (1°) na CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito – que investiga se o Cimi incita e/ou financia as invasões de terras em Mato Grosso do Sul. Segundo Cristaldo, os filhos de Veron falam que a entidade matou o cacique. Ele também apresenta uma versão diferente sobre a morte do índio. “Todos falam que ele foi morto na fazenda Brasília do Sul, mas isso não é verdade”, aponta.

Ramão foi testemunha no processo que averiguou a morte de Marcos Veron. Ele ficou preocupado com as ameaças que vinham acontecendo e, na época, conversou com o juiz. O administrador relatou que Marcos Delfino, procurador do Ministério Público Federal, prometeu que o ajudaria e deu seu telefone pessoal, caso sofresse qualquer tipo de ameaça. Entretanto, quando precisou da ajuda de Delfino, o procurador o acusou de levantar falso testemunho.

O medo de Cristaldo era justificado. Ele foi refém da primeira invasão feita por indígenas à fazenda Brasília do Sul. Ramão foi amarrado e seus olhos foram vendados com a própria camisa. Ele apanhou e ameaçado de morte pelos seus raptores. “Não eram só índios que participaram, alguns deles eram brancos, mas eles usavam capuz e não dava para enxergar”, apontou.

Em relato a CPI, conduzida pelos deputados estaduais Mara Caseiro (PTdoB) como presidente; Marquinhos Trad como vice; Paulo Corrêa como relator, e os parlamentares membros Onevan de Matos (PSDB) e Pedro Kemp (PT), o administrador comentou ainda sobre a presença de diversas pessoas de outros países que se movimentam na área invadida. “São pessoas da Alemanha, dos Estados Unidos, até mesmo de outros estados, estão sempre por lá”.

Cristaldo apresentou diversas fotos, mas destacou que nem sempre é possível transitar pela área da fazenda tomada pelos indígenas. A invasão começou em pouco mais de 97 hectares e hoje já toma mais de 1,2 mil hectares da propriedade que tem 9.972 hectares. “Eles andam por toda a propriedade, mas quando andamos pela área invadida, eles dizem que estamos ameaçando”.

O administrador tem bom relacionamento com alguns indígenas na propriedade e apontou que graças à ajuda da segunda mulher de Marcos Veron, de nome Julia, ele não foi morto durante o período que ficou refém.

Quando inquirido pela deputada Mara Caseiro sobre a participação do Cimi nas invasões. Ele apontou o que alguns índios falaram para ele. “Eles dizem que o Cimi falam quais áreas eles devem invadir”. Cristaldo, em sigilo, informou que repassaria os contatos dos indígenas que poderiam confirmar a participação do órgão nas invasões de terras privadas.

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