Feira chama atenção para a força da agricultura familiar em Amambai

19/03/2018 13h15

Cerca de 50 produtores expõem seus produtos na feira, que acontece todos os fins de semana na praça Cel. Valêncio de Brum

Fonte: Redação

Amambai (MS)- Considerada o primeiro grande passo rumo à implantação do Mercado Municipal em Amambai, a Feira do Produtor chega a sua 13ª edição consolidada, trazendo ao consumidor produtos com garantia e qualidade e garantindo ao produtor, uma nova fonte de renda.

Ao todo, são cerca de 50 produtores. Número este que foi aumentando e demonstrando a força do produtor amambaiense, bem como da feira em si, que na primeira edição, em dezembro de 2017, teve apenas 12 produtores expondo seus produtos.

O aumento na quantidade de produtores se deu por conta da credibilidade da feira e também excelente aceitação da população amambaiense, que desde a primeira edição, comparece em peso para comprar os produtos, que vêm diretamente do produtor e são livres de agrotóxicos.

“A feira é o espaço que faltava no nosso município e nós vemos que a aceitação da população é ótima, inclusive, é até maior do que a dos próprios produtores, que no início ficaram meio desconfiados”, afirmou o professor universitário e piscicultor há quatro anos, Moisés Centenaro, que comercializa seus peixes na feira.

Variedade em produtos

São quase 100 produtos que vão desde verduras, legumes, até carnes, queijos e cachaça, isso para que o consumidor encontre tudo que precisa em um só lugar!

O pão, o queijo, o frango e ovos caipiras e o leite, são os produtos que saem em disparada no quesito vendas, segundo os produtores. Não é a toa que estes produtos são encontrados em quase 100% das barracas nos dias de feira. E olha, tem que chegar cedo para encontrar hein? Porque sempre são os primeiros a sairem.

“A feira é um excelente espaço, pessoas animadas e compromissadas. Sem contar os produtos, que são totalmente amambaienses e vamos prezar sempre por isso, não queremos que exponham produtos que não sejam daqui, porque não queremos que essa feira vire uma minimercearia, não vamos permitir”, afirmou Wilson de Assis, produtor de erva-mate e presidente da feira.

Segundo a professora de zumba, Ilma Vilma, que visitou com toda a família a feira pela primeira vez. “A população de Amambai estava carente de um espaço como este, eu mesmo, com certeza virei muitas mais vezes, nós enquanto população, temos que fazer isto se tornar algo tradicional, para que não tirem isso de nós”, disse ela.

Dificuldades

Por se tratar de uma iniciativa recente e temporária, já que o projeto para o Mercado Municipal já está em andamento, alguns produtores têm tido algumas dificuldades para conseguirem expor seus produtos. A principal delas, segundo os feirantes, é o sol, que durante toda a tarde castiga os produtores.

“O sol maltrata bastante a gente aqui, tanto que deixei de trazer muita coisa por conta disso, eu trazia, mas o sol era tão forte e batia em cheio nos produtos, como bolos e doces, que eles azedavam, isso aconteceu várias vezes e então eu desisti de trazer”, disse a feirante Josiane Torraca, que tem uma barraca de doces como cri-cri, trufas e geleias.

Outra questão levantada pelos expositores é a montagem das barracas, que demandam muita mão de obra, fazendo com que os produtores tenham que chegar ainda na parte da manhã para a montagem. Normalmente, cada barraca abriga de dois a três feirantes e são obtidas com recursos próprios dos agricultores.

“É um pouco sofrido, a gente tem que chegar cedo e montar pra ficar pronto logo, mas vale a pena, a população sempre prestigia e isso já ameniza todo o trabalho”, afirmou Josiane.

Parceiros

Para a concretização da feira e, posteriormente do Mercado Municipal, os pequenos produtores contam com alguns parceiros, como a Prefeitura de Amambai, a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) e o Sindicato Rural de Amambai, por exemplo.

A Prefeitura cede o espaço – que fica anexo à praça Cel. Valêncio – e as instalações de água e luz para que os pequenos produtores possam montar suas barracas e comercializarem seus produtos.

“A Prefeitura tem dado todo o suporte que nós necessitamos, desde água, luz e até mesmo segurança, isso com certeza nos motiva”, disse Moisés Centenaro.

Já a Uems foi a mediadora, em parceria com a Rádio Auxiliadora 105,9, do evento “Mercado Municipal de Amambai em Debate”, que foi o pontapé inicial para implantação da feira na praça. O debate visou oportunizar um espaço de debate acerca de geração de renda e de sociabilidade a partir das potencialidades existentes no município considerando os aspectos econômicos e culturais.

O Sindicato Rural de Amambai (SRA) entra como parceiro dos produtores por conta do oferecimento de cursos gratuitos voltado para os agricultores familiares do município. São oferecidos cursos para confecção de derivados do leite, instalação de cerca elétrica, plantio de pomar, cultivo de hortas, entre outros.

O mobilizador do Senar/MS no Sindicato Rural de Amambai, Olguimar Andrade explicou que os cursos oferecidos são gratuitos e que para participar , o interessado deve procurar o sindicato.

“Essas capacitações incentivam a inserção de grupos no mercado de trabalho, além de levar motivação a esses produtores, se tornando suporte para o amplo desenvolvimento”, disse.

O presidente da feira, Wilson de Assis, produtor de erva mate no município, afirmou que a parceria do Sindicato Rural é válida para que os produtores saibam que eles também podem ser assistidos pelo sindicato. “Esses cursos vêm para fomentar a renda e a produção dos nossos agricultores, e eles passam a perceber que o Sindicato Rural não é só para os grandes produtores, mas também para o médio e pequeno produtor. “Aos poucos nossos feirantes vão descobrindo que o sindicato também trabalha por eles e isso é excelente”, ponderou.