22/08/2017 08h58
O casal conseguiu se manter firmes e conservar, assim como o sabor de bons vinhos, a união durante esses 70 anos
Fonte: Redação
Amambai (MS)- Há quem diga que é difícil, alguns dizem ser até impossível, mas o senhor Dorival Silveira e a dona Arcília Dutra conseguiram. No dia 29 de julho, eles celebraram ao lado de familiares e amigos, a suas bodas de vinho.
São 70 anos… exatamente sete décadas em que vivem sob o mesmo teto. Enfrentando e superando juntos todas as dificuldades que apareceram pelo caminho, construíram uma grande família. Ao todo são 13 filhos, 31 netos, 30 bisnetos e 2 tataranetos.
O início de tudo
A história de amor de Dorival e Arcília começou lá em 1945. Ela tinha 16 anos e ele, 24. Eles se conheceram quando Dorival, após ficar quatro anos nas frentes de batalha na Guerra do Paraguai, recebeu baixa do Exército e seu pai resolveu fazer uma festa para comemorar.
Nessa festa, Dorival conheceu aquela que seria a mulher de sua vida. Esperto como era, já percebeu isso logo de cara e pouco tempo depois, pediu para que seu pai fizesse outra festa e convidasse a família de Arcília.
E assim aconteceu. Na outra festa, Dorival a tirou para dançar e ali mesmo já fez o pedido de namoro. Mas havia um problema: Arcília ainda era menor de idade e eles precisavam esperar a maioridade da moça para poderem se casar.
Dois anos e meio depois aconteceu o casório. No dia 29 de julho de 1947, os dois subiram ao altar para se entregarem a esse amor que já dura 70 anos. “Para nós é como se esse amor tivesse começado agora, porque nos amamos na mesma intensidade que há 72 anos atrás”, disse Arcília. E Dorival logo completou: “Ela estava muito linda no dia do casamento”.
Nas dificuldades se mantiveram firmes
Apesar das inúmeras dificuldades que enfrentaram, como a morte de um filho ainda aos 22 anos por uma complicação no apêndice e da crise de depressão e esquizofrenia de outra filha, o casal conseguiu se manter firmes e conservar, assim como o sabor de bons vinhos, a união durante esses 70 anos.
“Nós tivemos muitas dificuldades, depois da morte do meu filho, nós nos sentíamos muito culpados porque não podemos fazer nada e no caso da minha filha, nós dividíamos as obrigações. Ela não podia saber que estávamos na frente da casa dela escondidos para cuidar dela e das crianças (…) eu ficava até meia-noite e ele amanhecia o dia”, lembrou Arcília.
Outra situação difícil que marcou a vida do casal foi quando em dezembro de 2014, Arcília sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) severo e ficou a memória comprometida. Ela não conseguia se lembrar dos familiares e nem sequer dos filhos, mas se lembrava de Dorival.
“Um momento muito lindo na vida dos meus pais, foi quando ela teve o AVC e foi até Campo Grande e lá no hospital ela não reconhecia ninguém, mas ao ver a foto do meu pai no celular de um neto, disse imediatamente que aquele era o amor de sua vida”, lembrou emocionada Gelza Dutra, uma das filhas. Segundo Gelza, seu pai tinha muito medo de que Arcília não se recordasse dele, o que fez com que o reencontro dos dois fosse muito mais emocionante. (Veja o vídeo abaixo).
“Nós passamos por muita coisa juntos, algumas dificuldades, mas também momentos muito bonitos e emocionantes, como o dia do nosso casamento, o nascimento de cada filho, que foi de maneira especial, além de claro, os momentos que nos divertimos juntos (…) foram tantas coisas que nem vimos esses 70 anos passar”, disse Arcília.
Conselho para os mais jovens
Mais falante, dona Arcília deixa como conselho aos mais jovens que desejam se casar. É necessário que tenham paciência, amor e respeito acima de tudo e nunca deixem de ter um momento só do casal, mesmo com a existência dos filhos. “Não foi difícil viver 70 anos ao lado dele, mas com certeza vai muito da vontade da pessoa, se existe o amor e o respeito, tudo se torna mais fácil (…) Mas a dica que eu dou, é que sempre tenham um momento do casal, porque nós sempre fomos muito ligados aos filhos, quase nem sobrava tempo pra nós, mas mesmo assim, foi tudo muito bonito o que vivemos juntos”, finalizou.
