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sábado, 27 de abril de 2024

Descrédito marca reunião sobre conflito entre índios e produtores rurais

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29/06/2015 22h41 – Atualizado em 29/06/2015 22h41

Descrédito marca discurso de reunião sobre conflito entre índios e produtores rurais

A reunião foi conduzida pelo prefeito de Amambai, Sérgio Barbosa (PMDB), presidente do Conisul (Consórcio Intermunicipal da região Sul de MS)

Fonte:Assessoria da Assomasul

Os prefeitos dos municípios da região sul do Estado, onde há constantes conflitos entre índios e produtores rurais, buscam uma saída para o problema. No entanto, foram alertados por integrantes da bancada federal de que é difícil uma posição política diante da falta de interesse do governo da presidente Dilma Rousseff.

A mesma linha de raciocínio foi compartilhada pelos deputados federais Carlos Marun (PMDB), Luis Henrique Mandetta (DEM), Tereza Cristina Corrêa da Costa (PSB) e pelos deputados estaduais Zé Teixeira (DEM) e Mara Caseiro (PTdoB) durante reunião na Assomasul, em Campo Grande, na manhã desta segunda-feira (29), com representantes dos produtores rurais.

Marcada pela emoção de vários produtores rurais que tiveram terras invadidas pelos índios e que vêem o risco de perdê-las, a reunião foi conduzida pelo prefeito de Amambai, Sérgio Barbosa (PMDB), presidente do Conisul (Consórcio Intermunicipal da região Sul de MS).

O prefeito de Amambai, Sérgio Barbosa (PMDB), que também preside o Conisul (Consórcio Intermunicipal da região Sul de MS), afirma que o encontro teve como objetivos apresentar a situação atual do conflito indígena na região e buscar uma ação em conjunta com a bancada federal, para retomar a conversa iniciada em 2013, com o governo federal.

“Precisamos retornar aquele pacto que começou há alguns anos atrás, em que o governo federal deve estabelecer um plano definitivo sobre o assunto, com ações previstas para 2015, 2016 e 2017, assim garantido ações efetivas aos índios e produtores rurais, feitas pelo Ministério da Justiça”, disse ele.

Ele ponderou que o assunto deve ser discutido de forma coletiva, por se tratar de um tema “complicado e polêmico”, mas que pode trazer novas tragédias no Estado.

“O pavio está ficando cada vez mais curto, quando não se tem uma ação do poder público, grupos resolver adotar atitudes isoladas o que gera problemas maiores, a situação está grave e pode ficar pior”.

O presidente da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul), Juvenal Neto (PSDB), disse apoiar a união de todos em favor dos produtores e dos índios para preservar os interesses dos municípios.

“Nunca vi um movimento tão forte quanto agora, por isso acho que essa é a oportunidade ímpar para resolver essa situação”, apelou o proprietário da fazenda Madama, Aguinaldo Ribeiro, de 54 anos, localizada em Coronel Sapucaia, cujo município está na linha de conflito daquela região.

Equipes da Força Nacional se deslocaram, no último sábado (27), para as áreas de conflito entre indígenas Guarani kaiowá e produtores rurais na região sul de Mato Grosso do Sul.

Os policiais atuam desde a última sexta-feira nos municípios de Aral Moreira, Coronel Sapucaia e Amambaí por determinação do Ministério da Justiça.

O produtor Rui Escobar, que convive com a mesma situação em Paranhos, disse que a situação é triste pelo fato de a propriedade de sua família ter sido herdada do bisavô em meados de 1882, mas vê que isso não tem valor nenhum agora diante da falta de segurança e injustiça.

Segundo ele, trata-se de uma área de 1.600 hectares com grande produção de eucalipto e soja. “Não há mais o que fazer em relação do governo federal, pois todas as vezes em que houve a intervenção a questão do conflito não foi solucionada”, desabafou.

Presente ao encontro, o presidente da Acrissul (Associação do Criadores de Mato Grosso do Sul), Francisco Maia, avaliou que há toda uma orquestração nestas invasões e dificilmente o proprietário rural consegue sucesso nos processos de reintegração de posse.

Ele contou que já participou de várias reuniões, inclusive no Ministério da Justiça, na tentativa de solucionar o problema, mas nota uma falta de vontade política muito grande das autoridades.

“Hoje nós não somos mais pauta da imprensa nacional, hoje é só notícia do Petrolão. Quero dizer uma coisa a vocês, se deixar entrar (índios) na terra, perde, porque esse País está à deriva, infelizmente esse é o país que estamos vivendo”, disparou Maia, mesmo reconhecendo que a bancada federal e a classe produtora têm feito à sua parte.

Para Mara Caseiro, é desanimador voltar a discutir uma questão que se arrasta há anos. “Eu tenho vergonha de ser política num país sem vergonha como este. Eu também imaginava que podia ter uma solução, mas o que teve foi uma sequencia de problemas”, afirmou a deputada.

O deputado Zé Teixeira também vê dificuldade da solução imediata do problema, mas ainda assim defende a união da classe política e dos produtores no sentido de pressionar o governo a resolver o problema.

O democrata disse que sem o agronegócio o Brasil não é nada. “Nós somos muito fortes no contexto nacional, sem essa união, esquece que não vai resolver isso politicamente. Acho que se já não temos o direito garantido na Constituição, o Estado tem que ser responsabilizado por eventuais invasões, e eu disse isso ao governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que ajudei a eleger”, disse Zé Teixeira, que representou a Assembleia Legislativa, durante a reunião.

Prefeito de Amambai, Sérgio Barbosa (PMDB) / Foto: Divulgação

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