21/06/2014 10h03 – Atualizado em 21/06/2014 10h03
Fonte: FIFA
Assim como nas histórias em quadrinhos, o super-herói aparece nos momentos mais dramáticos, quando mais se precisa dele. É isso que aconteceu na Arena da Baixada em Curitiba, no momento em que o encontro entre Honduras e Equador estava empatado em um gol para cada lado e ninguém parecia capaz de mudar essa situação. Foi quando apareceu o “Super-Homem”, apelido pelo qual é conhecido o equatoriano Enner Valencia, que, com seus poderes mágicos diante do gol, deu o esperado triunfo aos sul-americanos e se transformou em personagem épico de seu país.
O atacante viveu uma noite de sonho. Foi uma ameaça constante para a zaga centro-americana e a fez sofrer em dose dupla, marcando os gols da vitória equatoriana por 2 a 1. Com o que havia anotado na derrota para a Suíça pelo mesmo placar na primeira rodada, empatou com Agustín Delgado como maior artilheiro de sua seleção em Copas do Mundo da FIFA™.
O rosto de Valencia fica vermelho quando o FIFA.com pergunta a ele como é a sensação depois de sair como herói do jogo. “Não me considero um salvador nem nada parecido. Isso foi resultado do trabalho de todo o grupo, pela entrega e a luta dentro de campo. Sabíamos que tínhamos que ganhar esses três pontos para manter as esperanças com que chegamos ao Brasil”, diz.
Quanto ao feito de empatar com Delgado em gols marcados em Mundiais, Valencia mostra orgulho e admiração. “Fico muito feliz de ter alcançado essa marca. O ‘Tin’ foi companheiro meu no Emelec e me deu muitos conselhos quando eu estava só começando. Agora, estar lá no topo com ele me deixa muito emocionado”, admite.
Sonhos realizados
O momento atual do atacante do Pachuca é só alegria, mas para chegar até aqui foi necessária uma longa caminhada. Desde a infância na cidade de San Lorenzo, quando trabalhava com o pai ordenhando vacas, Valencia desejava jogar bola e brilhar. “Sonho com isso desde menino, quando estava no campo e vendia leite para comprar chuteiras. Por sorte, é uma coisa que está se tornando realidade”, garante.
E de qual dos gols ele mais gostou? “Marcar dois gols em uma Copa é uma coisa incrível, mas pelo significado fico com o segundo. O jogo estava muito complicado e ele saiu no momento certo. Não posso explicar com palavras a emoção que senti quando cabeceei e vi que a bola entrou. Não conseguia parar de gritar, foi um desabafo”, conta.
O Equador somou seus três primeiros pontos no Brasil 2014 e, com a vitória, continua com chances de passar para a segunda fase da competição. Agora, precisa vencer a França, líder do Grupo E e uma das sensações da Copa, para não precisar depender do resultado de Honduras x Suíça. “Sabemos o que a França significa. Vem jogando muito bem e, por isso, precisaremos fazer tudo melhor do que nunca para poder ganhar dela. Mas acreditamos muito em nós mesmos e esta vitória nos ajuda a chegar com o máximo de motivação”, afirma.
Valencia se despede com um sorriso contagiante, virtude que o caracteriza. Entende a dificuldade do próximo desafio, mas, assim como já aconteceu quando as coisas se complicaram, sabe também que pode aparecer na hora certa para salvar sua seleção.
