23/06/2014 13h38 – Atualizado em 23/06/2014 13h38
Fonte: FIFA
Portugal está habituado a fazer contas. Ao longo da história, a seleção lidou muitas vezes com a matemática e a falta de tempo em eliminatórias e fases finais de grandes competições e, agora, passa pelo mesmo no Brasil 2014. A Copa do Mundo da FIFA esteve a 27 segundos de se tornar passado para a equipa das Quinas, mas, mais uma vez, lá apareceu Silvestre Varela como que a dizer Difícil, sim. Impossível ainda não.
É que, aos 49 minutos e 30 segundos da segunda parte do jogo de Manaus, os Estados Unidos estavam prestes a celebrar a presença nas oitavas de final e Portugal a caminho de casa. Três segundos depois – mais ou menos o tempo entre o cruzamento de Cristiano Ronaldo e o golo do empate -, Varela mergulhou para, mais uma vez, encher os portugueses de esperança. Mesmo que ténue.
“Não sei se dou sorte, parece que sim. Mas hoje não fiquei contente com o resultado”. A frustração do atacante, em conversa com o FIFA.com, é evidente e percebe-se com facilidade. O empate (2 a 2) deixa Portugal à mercê das contas e do tempo para a última jornada do Grupo G, a precisar de golear o Gana e esperar que haja um vencedor no Alemanha x Estados Unidos para seguir em prova.
Mas, como para todos os outros portugueses, não é a primeira vez que Varela passa por isto. No Europeu de 2012, e também no segundo jogo da fase de grupos, o atacante do FC Porto saltou do banco para marcar o golo (nesse caso da vitória por 3 a 2) que manteve Portugal na corrida (bem sucedida) pela presenças nos quartos de final. Claro que, agora, é um pouco mais complicado.
“As coisas continuam muito difíceis. Queríamos mesmo era a vitória. Então estamos todos um bocado triste por isso, mas temos que acreditar”, admite Varela, bem habituado a não desistir até que seja totalmente impossível ter esperança.
“A nossa força vem de representar Portugal. Lutar até o último minuto. A equipa fez isso, lutou muito, mas não conseguiu vencer. Agora, temos que ganhar este último jogo e tudo pode acontecer”.
Futebol, paixão e esperança
Ricardo Costa, titular na vaga do castigado Pepe, também não é um novato nestas coisas. Juntamente com Cristiano Ronaldo, é um dos únicos dois portugueses que sabe o que é estar em três Copas do Mundo da FIFA e, por isso, analisa as contas da última jornada de uma forma bem pragmática.
Também, só há um caminho: “Para nós é igual, temos que jogar o nosso jogo e ganhar! O empate pode dar apuramento a Alemanha e EUA, mas o futebol é assim: é muita paixão e tudo pode acontecer”, lembra-nos o central do Valência.
Já as primeiras palavras do capitão Cristiano Ronaldo após o empate foram para o esforço de quem deu tudo o que tinha, mesmo perante tantas dificuldades com lesões e ausências. “São os jogadores que jogam, que estão dentro de campo, são os jogadores que sofrem. Uma palavra de apreço para eles, todos demos o nosso melhor. Obviamente que queríamos ganhar, mas não foi possível”, resumiu o avançado, que termina lembrando aquilo que, tantas vezes, parece ser a sina dos portugueses. “É quase impossível, mas no futebol…”.
