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domingo, 14 de setembro de 2025

Henry: “Quando ganhamos, somos amados pelos torcedores”

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24/06/2014 10h14 – Atualizado em 24/06/2014 10h14

Henry: “Quando ganhamos, somos amados pelos torcedores”

Fonte: FIFA

Thierry Henry já viveu de tudo com a camisa da seleção francesa. O único jogador francês que já disputou quatro edições da Copa do Mundo da FIFA esteve presente no triunfo do seu país jogando em casa no Mundial de 1998, participou da decepcionante campanha na Coreia do Sul/Japão 2002 e também da fantástica recuperação quatro anos mais tarde na Alemanha 2006. Por fim, integrou o elenco que ficou mais marcado por tumultos do que pelo futebol na África do Sul 2010. Além disso, foi campeão também da Eurocopa 2000 e se tornou o maior artilheiro da história do selecionado, com 51 gols em 123 jogos. Não há dúvidas de que estamos falando de um grande artilheiro e de um fantástico jogador.

O ex-atacante de 36 anos, que no momento está no Rio de Janeiro trabalhando como comentarista na cobertura da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014, concedeu uma entrevista exclusiva ao FIFA.com, na qual falou sobre os seus anos de sucesso defendendo o selecionado francês.

FIFA.com: Você ainda se lembra da primeira partida que assistiu da seleção francesa?
Thierry Henry: A minha primeira lembrança da seleção francesa é um gol de Marius Trésor na Copa do Mundo da Espanha. É como se fosse um flash. Eu estava nas Antilhas na ocasião. Subitamente, houve uma explosão em casa. Não compreendi muita coisa do que aconteceu. Quando me virei, vi na televisão em câmera lenta o voleio de Marius Trésor. O resto já conhecemos…

E desde então você já tomou gosto pelo futebol?
Eu ainda tinha apenas cinco anos. Além disso, foi a única imagem que vi da seleção francesa naqueles tempos. Quatro anos mais tarde, no México 1986, a situação já foi um pouco diferente. A França fez um bom torneio e mandou o Brasil para casa. Foi então que comecei a realmente gostar de futebol. Antes disso também tivemos a Eurocopa 1984… Como torcedor foi muito fácil se apaixonar por essa equipe.

Desde quando ficou claro para você que o amor era mútuo?
Também foi muito fácil. Afinal, disputar uma Copa do Mundo diante da sua torcida é sempre um grande bônus para atrair simpatia! Além disso, o torneio coincidiu com o meu início na seleção francesa. O título mundial de 1998 foi o auge absoluto. Todos sonham com isso desde a infância. Sempre nos dizemos que um dia seremos campeões mundiais, mesmo que saibamos que isso é apenas um sonho que provavelmente nunca se realizará. E então de repente esse sonho se realiza. E ainda por cima tudo aconteceu muito perto do lugar onde cresci. Foi simplesmente maravilhoso.

Que conselho você daria à nova geração de jogadores para que eles sigam tendo sucesso nas suas carreiras?
O único conselho que eu daria a esses jogadores é que eles aproveitem as chances que tiverem. E eu diria a eles que a sua experiência crescerá a cada torneio. Eles ainda aprenderão muito nas competições. Isso nem sempre é muito fácil… Mas na realidade esta geração tem a qualidade para dar o que falar e conquistar um título. Espero que isso aconteça em breve. Quando viajamos para um Mundial, nunca sabemos se teremos esta oportunidade uma outra vez. Eu, pessoalmente, tive a possibilidade de estar presente em quatro edições da Copa do Mundo. Por isso, pode ser que o meu comentário pareça um pouco estranho. Mas ainda assim a verdade é que devemos jogar toda Copa do Mundo como se fosse a última.

Existem jogadores na atual seleção francesa que você admira de modo especial?
É claro que sim! Mesmo que Franck Ribéry não esteja à disposição dos bleus neste Mundial, ele segue sendo um jogador excepcional! O mesmo vale para Karim Benzema, Paul Pogba ou Raphael Varane. Muitos comentários têm sido feitos sobre os jogadores do meio de campo e do ataque. Para mim, acima de tudo Varane é um jogador fantástico. Ele irradia calma e parece que já joga como zagueiro há dez anos. Na minha opinião, ele não tem o reconhecimento que merece do público. Afinal, não é tão comum que um jogador esteja tão maduro quanto ele na sua idade, embora a sua ida para o Real Madrid tenha ajudado muito nesse sentido. Na minha época tínhamos Laurent Blanc na equipe. Ele tinha o mesmo estilo de jogo em certo sentido, embora possuísse outras qualidades. Quando temos um jogador na defesa que passa tanta calma aos seus companheiros, isso também tem consequências diretas no setor ofensivo.

Você compartilha do inflamado amor que os franceses reencontraram pela seleção?
Esse amor é algo complicado. No futebol, ele sempre aparece quando uma seleção vence. Por outro lado, se uma equipe não tem sucesso, ela é menos ou nem um pouco amada. Mas é preciso viver com isso! Sempre há altos e baixos. E o jogador precisa sempre ter um bom desempenho para garantir que o amor não acabe.

E você acredita que toda história de amor tem um final triste?
Não apenas no amor, mas em todo tipo de história. Nenhuma história termina com um final feliz, exceto em Hollywood. Mas é ainda pior quando o amor está envolvido. Na vida profissional ou em outras áreas, podemos resolver as coisas com uma certa calma. Mas no amor tudo pode acabar se transformando em ódio. Mas tudo bem, assim é a vida.

Você já conseguiu aceitar as circunstâncias que levaram ao final da sua carreira pela seleção?
Não tenho absolutamente nenhum problema com nada disso. A questão não é se aceito ou não. O futebol é assim mesmo.

Vamos falar um pouco sobre as outras equipes. Nas quartas de final da Alemanha 2006, você eliminou o Brasil da competição com um gol. Como você foi recebido no país agora?
Muito bem. O Brasil é um país muito hospitaleiro. Eu havia estado aqui já no ano passado. Os brasileiros vêm conversar, querem saber de onde somos. Alguns me reconhecem, outros não. Mas em geral todos são mais ou menos familiarizados com o futebol. Fiquei surpreso com a alegria e cordialidade dos brasileiros e com a sua vontade de se divertir com a Copa do Mundo. Com certeza, também falam sobre o meu gol. Por outro lado, como costumo dizer com frequência, nem eles nem nós conseguimos vencer aquele torneio. No fim das contas, a única seleção que volta para casa satisfeita e feliz é a que venceu a final e conquistou o título.

Você conheceu e jogou ao lado de Lionel Messi no Barcelona. Acredita que ele fará uma grande Copa do Mundo aqui?
O Messi não joga sozinho. Estamos falando da Argentina! E todos sabem que se a Argentina vence, é porque o Messi jogou bem. Mas para isso ele também precisa do apoio dos seus companheiros de vez em quando. Mas será que a Argentina conseguirá ser campeã desta vez? O seu último título já aconteceu há bastante tempo. Apenas com o Messi isso não será possível. Pelo contrário, os argentinos precisam se comportar como uma equipe compacta e continuar trabalhando em si mesmos. Então poderemos ver um Messi fantástico em campo. Isso não é tão fácil.

Quais atacantes você considera os melhores no momento?
Acima de todos o Suárez, mas também Van Persie e Robben… Mas então também há jogadores como Müller, que não são tão comentados, mas que também marcam os seus gols. Não importa se ele apenas empurra a bola para as redes em cima da linha ou se finaliza depois de um contra-ataque, o Müller sempre marca. Mesmo quando não é a sua intenção, ele marca o gol. Poderíamos mencionar muitos outros atacantes. No entanto, o mais importante é como as equipes se apresentam na sua totalidade. Neste sentido, geralmente é uma vantagem quando uma equipe procura direcionar os seus jogadores mais de modo ofensivo do que defensivo.

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