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domingo, 14 de setembro de 2025

Bolaños: “A chave é nunca desligar do jogo”

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28/06/2014 09h37 – Atualizado em 28/06/2014 09h37

Fonte: FIFA

Christian Bolaños não para nunca. O meio-campista costa-riquenho sobe e desce a linha lateral direita num piscar de olhos. Aos 30 anos de idade, ele pode até ser o jogador mais velho do plantel, mas isso não significa que esteja ficando mais lento.

Um misto de entusiasmo e energia define essa equipe, além de um equilíbrio entre jovens promessas e jogadores que já passaram por muitos momentos com a seleção. Bolaños é uma ponte para o passado. Ele é o único membro da seleção atual que jogou na Alemanha 2006. Na ocasião, os costa-riquenhos perderam os três jogos da primeira fase. “Estamos mais motivados agora”, disse. “Naquela época não tínhamos muitos jogadores atuando no exterior. Agora todos querem ter essa experiência e veem os jogadores que foram antes deles como um exemplo.”

Antes das partidas, o treino da Costa Rica é como uma mistura de futebol de rua, festa de bairro e caos. Às vezes o goleiro Keylor Navas joga na linha, enquanto o capitão e armador Bryan Ruiz, outro líder da seleção, se posiciona no gol. O assistente técnico Paulo Wanchope também entra em ação — ainda tão magro e ágil como quando jogava pelo Manchester City e quando participou, ao lado de Bolaños, da Copa do Mundo de 2006. As entradas são duras, mas os erros acabam em gozação. Os gols são comemorados com o mesmo entusiasmo, especialmente quando um jovem — como Joel Campbell, de 22 anos — consegue balançar a rede.

Um líder tranquilo
Em meio a toda a agitação, Bolaños exala calma. “Tentamos ficar concentrados o tempo todo em campo”, explicou ao FIFA.com o jogador que armou duas das três jogadas que resultaram nos gols da vitória da Costa Rica sobre o Uruguai na partida de estreia. “Essa é a chave, nunca desligar do jogo, nem por um minuto. Faço a minha parte como todos os outros.”

Bolaños é um líder generoso que trata os companheiros mais jovens com simpatia. No Brasil 2014, há poucos jogadores com um equilíbrio tão notável entre energia e habilidade, mesmo nas seleções mais fortes. Bolaños tem uma grande intimidade com a bola, além de ser igualmente rápido com ou sem ela nos pés. “Não vou dizer que estou surpreso com o que está acontecendo”, disse, tentando não superestimar o sucesso da Costa Rica. “Você constrói o bom momento e espera que ele continue. É uma surpresa só para quem não sabe muito sobre a Costa Rica.”

Bolaños nasceu em San José, capital e cidade mais populosa do país. Embora a Costa Rica enfrente menos problemas econômicos e sociais do que outros países centro-americanos, ele vem de uma área que turistas e pessoas de fora em geral não se arriscam a visitar. Foi no seu precário distrito de Hatillo que ele se apaixonou pelo futebol e deu os primeiros passos em uma estrada improvável rumo a um mundo muito maior.

A trilha desbravada
A carreira de Bolaños começou no Deportivo Saprissa quando ele tinha apenas 17 anos de idade. Em 2005 — mesmo ano da sua estreia pela seleção — o time chegou à Copa do Mundo de Clubes da FIFA como campeão da CONCACAF. Bolaños, participando pela primeira vez de um torneio internacional e disposto a impressionar, foi escolhido o terceiro melhor jogador do torneio. A partir de então, ofertas de clubes europeus começaram a surgir.

Na época, jogadores costa-riquenhos eram raros em terras europeias, com poucas exceções. A sua transferência para o exterior não foi um sucesso imediato. O futebol dinamarquês, muito corpulento e físico, no início foi desafiador para um Bolaños leve e técnico. Mesmo assim, ele se estabeleceu na Noruega com o IK Start. No final, a adoração de torcedores e jogadores levou a uma transferência à Dinamarca para defender o Copenhague, onde ele se tornou um líder e conquistou um título no ano passado.

O papel do pioneiro muitas vezes é ingrato. Se Bolaños estivesse chegando das categorias de base agora, talvez o seu caminho fosse mais fácil. Ele teria menos obstáculos a ultrapassar e poderia estar jogando em um país com maior visibilidade. O seu exemplo e os seus esforços abriram as portas e melhoraram o futebol da Costa Rica. E agora ele está colhendo os benefícios no maior palco de todos. “Eu sou o mais velho da equipe”, disse Bolaños, saboreando o momento. “Mas estou me sentindo jovem agora. E isso é o que o futebol pode fazer.”

Bolaños: "A chave é nunca desligar do jogo"

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