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28/06/2014 11h12 – Atualizado em 28/06/2014 11h12

Fonte: FIFA

É intervalo de jogo em Recife, pela primeira rodada do Grupo C da Copa do Mundo da FIFA. A Costa do Marfim retorna a campo, perdendo por 1 a 0 para o Japão, e pouco depois de os jogadores pisarem o gramado, uma enorme parte do público presente à Arena Pernambuco começa a gritar o nome de Didier Drogba, que estava no banco de reservas.

A cena é tão corriqueira – a torcida pedir ao técnico que promova a entrada de algum jogador -, que é fácil perder a medida do que significa nesta situação específica. Afinal, vejamos: estamos no Brasil, num estádio em que, com exceção de um fiel contingente japonês, está repleto de torcedores locais – cuja relação com as opções do técnico Sabri Lamouchi teria tudo para ser inexistente. Aí é que entra a diferença de se realizar um Mundial num país que não apenas é doido por futebol como realmente entende dele. O brasileiro, na arquibancada, sabe tomar partido, até o ponto em que acaba sendo capaz de tratar a Costa do Marfim como se fosse seu clube do coração. E o astro africano como um novo xodó.

“Foi inacreditável. Realmente fantástico”, contou Didier Drogba após a estreia marfinense, quando de fato entrou em campo no início do segundo tempo, pouco antes de a equipe marcar os dois gols da virada contra os japoneses, e escutou um alvoroço dos torcedores toda e cada vez que encostava na bola. “É difícil de acreditar que possa sentir tanto carinho a mim num outro país. Sinto como se estivesse jogando na Costa do Marfim, honestamente.”

Aquilo que Drogba descreve aconteceu, em diferentes medidas, com um bocado de astros internacionais ao longo da fase de grupos da Copa do Mundo: Karim Benzema se impressionou em Porto Alegre com a maneira como a torcida cantava seu nome durante sua incrível atuação contra Honduras; na Arena de São Paulo, depois de a torcida inglesa vaiar Luis Suárez na hora em que batia um escanteio, num dos lados do estádio, quando aconteceu o mesmo no lado seguinte, eram os brasileiros a dar o troco, incentivando. Ser uma estrela e jogar bem, no geral, já é garantia de reconhecimento em qualquer lugar do mundo. Na Copa disputada no Brasil, a relação se torna mesmo de torcedor.

A culpa é das estrelas
“O que acontece é que, nos últimos 20 anos, as mudanças na economia e na legislação fizeram com que uma grande parte de jogadores de destaque brasileiros fossem jogar no futebol europeu”, já explicou certa vez Luiz Felipe Scolari, em conversa com o FIFA.com. “Isso aumentou demais o interesse do torcedor brasileiro nos campeonatos da Europa. O pessoal escolhe até time para torcer.”

O processo é bem esse: o torcedor brasileiro já é louco por futebol. Ao se aproximar daquele que é jogado no exterior, criou uma relação de fetiche com esses grandes nomes do mundo todo que atuam no futebol europeu. E, de repente, com a Copa, eles estão ali, em carne e osso; esses objetos de desejo que aparecem o ano todo na televisão.

Aí já não importa mais quem é rival ou não; para quem se torce ou não. Mesmo a Argentina, antagonista do Brasil num dos clássicos mais ferrenhos do planeta, foi recebida ao chegar a Minas Gerais com brasileiros gritando e vestindo a camisa da seleção arquirrival. Mesmo? “É lindo, e a razão é simples: é uma demonstração do carinho do povo brasileiro por Lio (Messi)”, disse o argentino Lucas Biglia. “A admiração pelo futebol é maior do que qualquer rivalidade.”

Disso não se pode duvidar nesta Copa do Mundo: a torcida do Brasil sabe tratar quem joga bem, venha de onde vier. São treinos completamente lotados país afora; cartazes e histeria coletiva por Cristiano Ronaldo em Campinas; os alemães abraçando e sendo abraçados pelo público baiano; os ingleses se sentindo à vontade o bastante para jogar capoeira. Tudo isso e não se trata só de curiosidade por quem vem de fora. Vira coisa de torcida mesmo; não só de fã. “Se alguém tinha dúvida de que os grandes craques seriam muito bem recebidos aqui, dentro e fora de campo, é porque não conhece a torcida brasileira”, explicou David Luiz ao FIFA.com. “O país é receptivo por natureza e doido por futebol. Imagina como que não iria tratar as estrelas?”

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