01/12/2014 13h29 – Atualizado em 01/12/2014 13h29
Fonte: Futuros Agrícolas
Consumidores de milho iniciam o mês de dezembro programando compras para o recesso de final de ano, mas não devem encontrar volume expressivo porque vendedores ainda esperam preços mais remuneradores. Tradicionalmente, esse é um período de liquidez no mercado, por conta da formação de estoques pelas agroindústrias. Mas este dezembro deve registrar movimentação mais fraca. Além do pouco interesse de venda, exportadores, que vinham reajustando preços para estimular a oferta, têm se mostrado pouco agressivos.
Em Sorriso (MT), compradores indicavam nos últimos dias entre R$ 15,50/saca e R$ 16/saca no spot, patamar em que rodam lotes diários, mas pontualmente, afirmou um corretor da região. “Vendedores estão quietos. Quem segurou até agora, vai ficar afastado até o ano que vem”, avaliou. Para a safrinha 2014/15, foram fechados lotes a R$ 15/saca durante na semana anterior, mas na sexta-feira o mercado ficou esvaziado. Apesar da previsão de encurtamento da janela de plantio do milho de segunda safra, a fonte afirmou não esperar redução de tecnologia na região. “O produtor vai plantar bem, colocar tecnologia e adubar. Só vai depender do clima”, projetou.
Em Campo Novo do Parecis (MT), Guaracy Calaza, da Intermanus, afirmou que confinadores estão diariamente no mercado, antecipando as compras de final de ano, mas a conta só fecha nos R$ 18/saca FOB para produto que fica no Estado ou é destinado a compradores de Roraima. Na semana passada, um lote foi removido para o Norte neste preço, e parte dos vendedores reajustou ofertas para R$ 18,50/saca a R$ 19/saca. “Chega uma hora em que o mercado atinge o teto. Eu não encontro comprador nesses preços”, comentou.
No Paraná, compradores ofereciam R$ 27/saca para milho colocado em Castro. O preço ficou estável ao longo da semana, mas não foram fechados negócios, contou corretora de Ponta Grossa. Na semana de 17 a 21 de novembro, lotes foram fixados a R$ 27/saca, mas a agente não soube precisar volumes. “Quase não surgem mais lotes para negociar. Produtor da região já vendeu quase tudo que tinha estocado”, destacou. Ela relatou não ter visto propostas para entrega em Paranaguá entre quinta e sexta-feira. Tampouco havia referência para comercialização antecipada da safra de verão 2014/15, que está sendo semeada na região.
Em Minas Gerais, o mercado ficou travado na semana passada na região de Uberlândia. Corretor contou que o único negócio esta semana envolveu milho de fora. A empresa adquiriu 70 mil sacas de Jataí e Rio Verde, em Goiás, a R$ 22/saca FOB, na quarta-feira para repassar para compradores de São Paulo. Segundo ele, os preços a R$ 31,70/saca CIF em Campinas impossibilitam o envio de milho de Minas Gerais para São Paulo, porque vendedores da região do Triângulo Mineiro pedem R$ 26/saca. Com o frete a R$ 4,50/saca, a margem fica muito apertada. Atualmente compradores desse tipo de operação pagariam no máximo R$ 25/saca. Com o milho de Goiás, a transação ainda é possível. “Não compensa muito, mas ainda dá para fechar alguma coisa”, destacou o agente. Granjas do Triângulo ainda aceitam negociar apenas volumes pequenos a R$ 26/saca, entre 2 mil e 5 mil sacas, para cumprir necessidades mais urgentes. Enquanto isso, produtores mineiros preferem adiar vendas para janeiro. “Pode ter um aumento de preços por causa da falta de milho irrigado.”
O indicador Cepea/Esalq terminou a sexta-feira em queda de 1,47%, a R$ 27,52/saca. No mês de novembro, a valorização foi de 5%. Em dólar, o índice ficou em US$ 10,72 (-3,34%). A moeda norte-americana fechou com ganho de 1,91%, a R$ 2,5670.
Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros fecharam em queda, influenciados pela desvalorização do farelo de soja. Os dois produtos são os principais componentes da ração animal, em especial de suínos e aves. O vencimento março do milho cedeu 2,75 cents (0,70%), a US$ 3,8875 por bushel. A queda foi minimizada pelos dados de exportações do cereal dos Estados Unidos. Mais cedo, o Departamento de Agricultura dos país (USDA) mostrou que as vendas ao exterior na semana encerrada em 20 de novembro somaram 944,9 mil toneladas. O volume foi 4% maior que o registrado na semana anterior e ficou 59% acima da média das última quatro semanas. O resultado também superou estimativas de analistas ouvidos pela Dow Jones, que projetavam vendas de 500 mil a 750 mil toneladas.
