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domingo, 14 de setembro de 2025

Desvalorização do real garante vendas mais rentáveis de soja e milho

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21/01/2015 13h31 – Atualizado em 21/01/2015 13h31

Fonte: Zero Hora

O ano de 2015 mal começou e o agronegócio brasileiro já sabe que a temporada será de margens apertadas, principalmente para os grãos. A boa safra americana, a previsão de colheita recorde no Brasil e o aumento dos estoques mundiais indicam que as cotações das principais commodities agrícolas soja e milho devem seguir em queda ou, no máximo, manter os patamares atuais. E isso ainda depende da ocorrência ou não de problemas climáticos.

O país deve colher 202,18 milhões de toneladas de grãos no ciclo 2014/15, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), 4,5% acima da safra anterior. Com o cenário pouco animador, produtores comemoram a desvalorização do real ante o dólar (cotado próximo de R$ 2,70), que faz com que a saca de soja seja negociada perto dos R$ 60 em todas as praças agrícolas do país.

– O câmbio será um alento (para o agronegócio). Sempre que o real se desvaloriza, a remuneração é maior ao produtor. Como a cotação do dólar não sinaliza alteração, o câmbio irá continuar favorecendo o agronegócio – diz Lucilio Alves, professor e pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP).

No Brasil, o Boletim Focus, do Banco Central, aponta para cotação média de R$ 2,71 em 2015. A previsão para o câmbio no fim deste ano é de R$ 2,80. De acordo com a consultoria FCStone, os preços não devem retornar aos níveis dos últimos anos. A oferta será capaz de atender toda a demanda adicional prevista para 2015 e ainda restará uma quantidade adequada para estoques de passagem. Para Alves, os preços movidos pelo câmbio dão ânimo extra às vendas da safra 2014/15, que já é colhida no Paraná, em Mato Grosso e em Mato Grosso do Sul, além de criar oportunidades de negócios.

– Se os produtores cederem um pouco no preço, existe a possibilidade de atrair compradores. Como a Argentina, que é o nosso principal competidor, está numa situação nada boa, o Brasil aparece como oportunidade – diz Alves.

O aumento dos estoques globais vai exigir novas estratégias por parte dos produtores.

Entre 2005/06 e 2012/13, a demanda internacional por soja cresceu 2,43% ante 2,18% da produção global. Na safra passada, houve inversão: alta de 4% no consumo e de 5,9% na produção. O cenário deve ser semelhante nesta temporada, com crescimento de 7,4% na produção e de 4,9% no consumo. No milho, a FCStone aponta a necessidade de novas opções de consumo, como investimento na produção de etanol a partir do cereal.

Projeções nacionais

As atividades rurais têm expectativas diferentes Â? e até opostas Â? para este ano. Veja o que esperam os analistas:

Soja e milho

  • Para a soja ainda é preciso aguardar o fechamento das colheitas da América do Sul (onde podem ocorrer problemas climáticos) e dos EUA. Independentemente do clima, as cotações não devem voltar aos patamares dos últimos anos. No milho, é forte a previsão de redução da área na safrinha, pois o consumo continua tímido, e os preços, ainda pouco atraentes.

  • No trigo, 2015 será de recuperação dos prejuízos de 2014, a começar pela perspectiva de preços melhores na entressafra, que deve ter oferta menor com as perdas provocadas pelo clima adverso em 2014. No Rio Grande do Sul, um dos principais produtores, a perda superou 1 milhão de toneladas.

Fertilizantes

  • A China irá substituir e extinguir a janela de baixas tarifas de exportação de fosfatados e nitrogenados por uma única taxa ao ano. Essa mudança irá gerar preços mais competitivos aos produtos, tetos mais baixos ao mercado internacional e facilidade logística.

Pecuária de corte

  • O ciclo relativamente longo indica a continuidade da oferta limitada de carne. Cotações recordes de 2014 devem ser mantidas ou superadas.

Pecuária leiteira

  • O preço do leite pago ao produtor ao longo de 2014 foi um dos menores dos últimos anos, reflexo do aumento na captação do produto em diversos Estados. A expectativa é de que as cotações continuem assim até o meio do ano, quando pode ocorrer redução na oferta.

Suínos

  • É esperado aumento no custo de produção e cotações da suinocultura nos patamares de 2014. Assim, o setor trabalha para que os plantéis não aumentem significativamente para não gerar cenário semelhante ao da crise de 2012.

Aves

  • Na avicultura, as exportações, que consomem um terço da produção nacional, devem continuar firmes, e o consumo interno pode aumentar diante do alto preço da carne bovina.

O avanço da moeda americana

A alta na cotação do dólar no Brasil superou a inflação nos últimos anos, beneficiando exportadores

  • Valor do moeda no último dia de cada ano
  • Variação do dólar (em relação ao fechamento do ano anterior)
  • Inflação (IPCA, no acumulado no ano)

Foto: Ascom Famasul

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