08/04/2016 15h42 – Atualizado em 08/04/2016 15h42
Fonte: CPI Cimi/ Aprosoja (MS)
O depoimento do ex-diretor da Funai (Fundação Nacional do Índio), Jorge Antônio das Neves, nesta quarta-feira, dia 6, foi marcado por contradições. Ele que é servidor federal e trabalha no órgão desde 1982, informou aos membros da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Cimi (Conselho Indigenista Missionário) que conhecia de “vista” alguns membros do Conselho Indigenista, mas que nunca chegou a conversar com eles.
A CPI investiga se o Conselho Indigenista Missionário incentiva e financia as invasões de propriedades rurais em Mato Grosso do Sul. Compõem a Comissão, a deputada estadual Mara Caseiro (PTdoB), presidente; deputado estadual Paulo Correa (PR), relator; e como membros os deputados estaduais Pedro Kemp (PT), Onevan de Matos (PSDB) e Marquinhos Trad (PMDB).
Paulo Correa (PR), relator do CPI, questionou se ele nunca viu algum membro do Cimi nas aldeias onde atuou. Neves falou que conheceu alguns deles no tempo que trabalhou em Goiás e não saberia informar se nas aldeias teriam ou não representantes do Conselho Indigenista.
Neves afirmou ainda que os indígenas portavam armas, mas que antes da reintegração de posse a Polícia Federal recolheu a “maioria das armas” que estava com os índios. “A Polícia Federal fez um arrastão e recolheu todas as armas da aldeia”, afirmou.
Sobre as negociações com os indígenas para a desocupação pacífica da Fazenda Buriti, em Sidrolândia, ele informou que não participou do processo de negociação e que não sabia que a Polícia Federal iria entrar na propriedade e efetuar a reintegração de posse. Neves estava no local do conflito porque foi comunicado pela polícia na madrugada do mesmo dia, que fariam a reintegração.
Valdelice Veron dará depoimento da 20
A indígena Valdelice Veron, filha de Marcos Veron, dará depoimento no dia 20 de abril. A troca de datas deu-se por uma decisão dos membros da Comissão Parlamentar de Inquérito, uma vez que a indígena optou em dar o depoimento em sua língua materna, guarani kaiowá, e não havia tradutor que pudesse acompanha-la.
