13/03/2017 13h47
Fonte: Embrapa
A compactação de solo tem sido uma das causas de frustração agrícola na safra de verão, tanto em função da falta de água (estiagens), como também pelo excesso (erosão do solo na enxurrada). Além de dificultar os fluxos de água no solo, a compactação limita o crescimento de raízes, prejudicando o desenvolvimento das plantas. Equipar a semeadora com elementos rompedores de solo de ação profunda é uma das alternativas apontadas pela Embrapa Trigo na Expodireto.
As semeadoras utilizadas há mais de 30 anos no plantio direto promovem a abertura de sulcos rasos, de até 10 cm de profundidade, assegurando a deposição de fertilizantes apenas na camada superficial do solo. O investimento realizado pode ser perdido em situações de estiagens ou de erosão.
De acordo com o pesquisador José Eloir Denardin, a degradação de solo pode ser percebida, normalmente, na camada de 5 cm a 20 cm de profundidade. “A camada superficial, até 5 cm, geralmente apresenta elevada fertilidade, favorável ao desenvolvimento das plantas. Já na camada subsuperficial, de 5 cm a 20 cm, o solo se encontra frequentemente compactado, limitando o desenvolvimento das raízes e os fluxos de água”, explica o pesquisador.
Estudos conduzidos na Embrapa nos últimos anos têm apontado alternativas para resolver o problema de compactação. Entre elas está a escarificação mecânica, capaz de elevar a porosidade do solo e a infiltração de água nas camadas mais profundas. Porém, o efeito da escarificação mostra-se efêmero, com benefícios prolongados por, no máximo, um ano, dependendo da cultura implantada após à operação.
A melhor alternativa encontrada pelos pesquisadores consiste em equipar a semeadora com um elemento rompedor de solo, tipo haste sulcadora, conhecido popularmente como facão. “Posicionando o facão mais profundo que o limite inferior da camada compactada, consegue-se, na linha de semeadura, a descompactação do solo, a deposição mais profunda dos fertilizantes, bem como, a viabilização dos fluxos de água no solo”, explica o pesquisador Antonio Faganello. Os resultados dos experimentos serão apresentados na Expodireto Cotrijal 2017.