27/05/2017 14h28
Fonte: Assomasul
As contas do setor público consolidado, que englobam o governo federal, os estados, municípios e as empresas estatais, registraram um superávit primário de R$ 12,9 bilhões em abril, informou o Banco Central nessa sexta-feira (26).
Isso significa que as receitas superaram as despesas no mês passado, na conta que não considera os gastos com pagamento de juros da dívida pública.
Este foi o melhor resultado para meses de abril desde 2015, quando foi registrado um saldo positivo de R$ 13,44 bilhões. No mesmo mês do ano passado, o superávit das contas do setor público consolidado foi um pouco menor: de R$ 10,18 bilhões.
O chefe-adjunto do Departamento Econômico do Banco Central, Fernando Rocha, observou que os meses de abril tradicionalmente apresentam bons resultados. “É um mês com sazonalidade favorável e alta arrecadação de impostos”, declarou.
Acumulado do ano e 12 meses
Os dados do BC mostram que, no acumulado do primeiro quadrimestre, as contas do setor público consolidado registraram superávit, ou seja, foram positivas, em R$ 15,1 bilhões.
Com isso, as contas registraram melhora frente ao mesmo período do ano passado, quando o superávit foi de R$ 4,41 bilhões. O saldo positivo foi o maior, para os quatro primeiros meses de um ano, desde 2015 – quando somou R$ 32,44 bilhões.
O superávit primário nas contas do setor público foi possível porque estados e municípios registraram superávit de R$ 17,86 bilhões de janeiro a abril, valor suficiente para cobrir os déficits de R$ 2,71 bilhões do governo federal e de R$ 46 milhões das estatais no mesmo período.
Fernando Rocha, do BC, informou, porém, que a tendência é de piora nos resultados dos estados e municípios nos próximos meses. Ele lembrou que a estimativa é de que estes entes tenham um déficit primário de R$ 4 bilhões em todo ano de 2017.
“Ao longo dos próximos meses, é esperado que eles [estados e municípios] vão consumir esse superávit que acumularam ao longo do primeiro quadrimestre. Está nas contas da sazonalidade das contas públicas”, afirmou ele.
No acumulado de doze meses até abril, as contas do setor público ficaram no vermelho. Foi registrado um rombo fiscal de R$ 145,09 bilhões no período – o equivalente a R$ 2,29% do PIB (Produto Interno Bruto).