29/05/2019 10h39
Trio é suspeito de envolvimento com organização criminosa
Fonte: Correio do Estado/ Luana Rodrigues
Presos desde a semana passada, os agentes da Guarda Municipal Rafael Antunes Vieira e Robert Vitor Kopetski, além do motorista Flavio Narciso Morais da Silva, tinham ordens para “sumir” com a esposa do colega Marcelo Rios, 42 anos.
Segundo a polícia, a mulher, de 28 anos, ficou em poder dos suspeitos e só foi solta porque policiais flagraram a tentativa de sequestro. Na segunda-feira (27), o delegado responsável pelo caso, Fabio Peró, pediu a quebra do sigilo telefônico dos envolvidos para comprovar a narrativa.
Conforme o pedido feito por Peró e assinado pelos delegados que integram a força-tarefa criada para desvendar crimes de pistolagem em Mato Grosso do Sul, os envolvidos estavam “embaraçando a investigação em trâmite”.
A suspeita da polícia, ainda de acordo com o que foi levantado, é de existência de uma organização criminosa por trás do esquema das armas e que, com o sequestro, o grupo tinha o objetivo de impedir possível delação por parte de Rios. Para coagi-lo, os criminosos teriam planejado e encomendado a ação contra a esposa dele.
Os delegados relembram a cena do flagrante e detalham que, naquela data, Antunes repassou R$ 1.550 para a esposa de Rios, informando que seria um adiantamento enviado pelos “patrões”, que seriam os chefes da organização criminosa.
Os homens teriam mencionado, ainda, que se a mulher não seguisse todas as orientações “a cabeça dela estaria a prêmio”, descreve.
As autoridades narram, também, que “os autores visavam dificultar o contato com *** ou mesmo sumir com ela, não descartando a possibilidade de que ela fosse assassinada”.
Consta no pedido de quebra de sigilo que, em depoimento, a mulher afimou ter sido ameaçada pelos colegas do marido, que teriam lhe dito: “você tem noção de que se você abrir a boca você morre, né?”
A força-tarefa relata que, nestes casos, o acesso aos dados dos aparelhos celulares dos envolvidos é cabal para a identificação de coautores, além da elucidação de outros crimes mais graves.
No documento não há detalhes sobre a situação atual da vítima. Procurado pela reportagem, o delegado Fabio Peró afirmou que não pode comentar o caso, para proteção da mulher.
Entenda
No dia 19 de maio, policiais da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros (Garras), com apoio do Batalhão de Choque da Polícia Militar, apreenderam dezenas de armas de grosso calibre em poder do guarda municipal Marcelo Rios, no Bairro Monte Líbano, em Campo Grande. No local, a polícia encontrou dois fuzis AK-47, quatro fuzis calibre 556, duas espingardas calibres 12 e 22, 17 pistolas e um revólver calibre 357.
No dia 22 de maio, com o desdobramento das investigações, policiais fizeram a prisão dos outros dois integrantes da Guarda Municipal, suspeitos de obstrução de Justiça, dpeois de serem flagrados ameaçando a esposa de Marcelo.
Transferência
Rios foi transferido da cela que ocupava no Garras para o Centro de Triagem Anízio Lima, na manhã de ontem, depois de escrever carta à Justiça suplicando pela transferência para uma unidade prisional. Também foram levados para o mesmo presídio, na tarde de ontem, os guardas Rafael Antunes e Robert Victor.
