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segunda-feira, 25 de agosto de 2025

De Amambai, Miguel Martins é o 1º aluno indígena de Odontologia da Unicamp

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14/03/2020 14h13

Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) da Unicamp fez uma postagem em sua rede social celebrando a conquista do jovem indígena

Fonte: Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) da Unicamp com edição Da Redação

Miguel Martins, 22 anos, indígena da Aldeia Amambai, é o primeiro aluno indígena a ingressar na Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) da Unicamp.

Os costumes dos povos indígenas são bastante diferentes dos “brancos”, lembra Martins. “Meu povo tem o costume constituir família muito cedo. Por volta dos dezoito anos. Daí, o objetivo principal passa a ser trabalhar para poder manter a família. Porém, a partir da última década, devido ao constante contato com os moradores da cidade, a tribo começou a ser incentivada a dar prosseguimento aos estudos, pois essa seria a única maneira de melhorar a qualidade de vida do povo”. De acordo com Miguel, a pressão social já começa a dar frutos. Vários indígenas já cursaram ou cursam uma faculdade.

A jornada para chegar à universidade não foi fácil. “Minha aldeia conta com duas escolas, uma da rede pública municipal e outra da rede pública estadual. Mas, a qualidade da educação ainda é precária. Alguns professores precisam lecionar matéria diferente de sua formação”, disse.

Em 2017, Miguel ingressou em um curso de odontologia na Unigran – Centro Universitário da Grande Dourados -, através do Enem. Em 2018, ele trancou o curso por conta de um início de depressão, causada pela morte de seus pais. Pouco tempo depois, resolveu retomar os estudos.

Para concorrer a uma vaga em uma universidade pública foi necessário complementar os estudos em um cursinho gratuito online. Sua jornada começava ainda muito cedo. Pegava um ônibus, fornecido pela prefeitura, percorria um trajeto de 25 KM até chegar à cidade de Amambaí, onde participava das aulas, online, na biblioteca. Após retornar à aldeia, continuava sua rotina diária de aproximadamente 6 horas de estudos. Ele faz questão de destacar o apoio dos professores do cursinho, que foram fundamentais para seu aprendizado, além da motivação para continuar a rotina de estudos. “Abriram minha mente”, conta.

Hoje, morando em Piracicaba, em um pensionato com mais três alunos, ele conta que sua maior dificuldade é a saudade dos familiares e dos costumes. “No período em que permanecer na FOP, pretendo adquirir muita experiência e absorver o máximo de conhecimento possível”, planeja.

Miguel tem 22 anos / Foto: FOP

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