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segunda-feira, 25 de agosto de 2025

Enfermeiros de Amambai vivem sob tensão após confirmação de Covid-19

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12/05/2020 11h02

Além do risco eminente de contágio, profissionais precisam lidar com o medo de transmitir o vírus para seus entes queridos

Fonte: Redação

Amambai (MS)- Vocação em cuidar de pessoas, busca pela excelência profissional e disposição para encarar tristes situações. Essas são algumas das qualidades requeridas para se tornar um bom enfermeiro, profissão cuja data é comemorada nesta terça-feira (12).

Essa data que já era importante tornou-se ainda mais especial neste ano, quando esses profissionais protagonizam a batalha contra o Novo Coronavírus.

O medo e a aflição agora fazem parte do cotidiano desses profissionais, afinal são eles que atuam na linha de frente do combate contra a doença que só nó Brasil, até o fechamento desta matéria, ceifou a vida de mais de 11 mil pessoas.

“Nossos profissionais estão vivendo um momento de tensão, alguns choram, não por insegurança para desempenhar assistência ao paciente, e sim por medo de estarem levando o vírus para seus lares; ficam sem tomar água de forma adequada e até mesmo atrasam suas refeições durante a jornada de trabalho, pois sabem que uma vez tirados os equipamentos de proteção individual, terão que passar por um novo e longo processo de higienização”, disse a responsável técnica pela equipe de enfermeiros e técnicos em enfermagem do Hospital Regional, Daiane Calistro Neto.

A equipe do Hospital Regional é composta por 7 enfermeiros e 29 técnicos em enfermagem, que têm vivido na pele a angústia dessa batalha contra o Coronavírus.

Até o fechamento desta matéria, Amambai tem apenas um caso positivo para a doença e cinco suspeitos, dos quais dois suspeitos estão internados no hospital. Isso foi suficiente para alterar toda a rotina profissional e pessoal desses trabalhadores. “Algo que temos ouvido bastante é o quanto os nossos enfermeiros e técnicos sentem faltam de abraços, abraços esses que eles não podem dar e nem receber”, frisou Daiane.

Apesar de todo o medo, as capacitações ofertadas e os equipamentos de proteção individual adequados têm sido fundamentais para garantir a esses profissionais maior segurança na hora de exercer seu trabalho, e digo que estamos preparados para atender nossa população Amambaiense, temos o fluxograma de atendimento implantado ao hospital, juntamente ao plano de contingência, segundo Daiane.

“Depois de confirmado o primeiro caso em nosso município, nossa equipe tem se tornado ainda mais responsável e comprometida com o trabalho e estão colocando em prática tudo o que já foi orientado em nossas capacitações”, ressaltou Daiane.

Atenção Básica

Na Atenção Básica não é diferente. Enfermeiros e demais profissionais dos postos de saúde passaram por capacitações oferecidas pela Atenção Primária em Saúde do município e pelo Telessaúde-MS para enfrentamento ao Coronavírus.

“Sempre tem aquela apreensão porque a equipe de enfermagem, assim como outros profissionais de saúde da APS, é os quem têm o primeiro contato com o paciente, sendo o profissional de enfermagem quem faz a triagem e testagem”, disse Luciana Alcantre, coordenadora da Atenção Primária em Saúde do município de Amambai.

Segundo ela, 9 enfermeiras compõem a equipe da Atenção Primária de Saúde, divididos em 9 unidades básicas de saúde. São elas, juntamente com a equipe de saúde, Secretaria Municipal de Saúde e Vigilância Epidemiológica os profissionais responsáveis por monitorar as pessoas com síndromes gripais leves ou que tiveram contato com suspeitos e ou casos confirmados de Covid-19.

“Foi necessário muito empenho dos nossos profissionais no início dessa pandemia para se colocarem a par dos protocolos e tudo mais; as capacitações também são constantes, mas são sempre muito comprometidos e têm feito um ótimo trabalho; somos uma equipe e trabalhamos juntos, cada um com sua importância, juntos somos mais fortes!”, disse.

Enfermeira do Hospital Regional de Amambai com o EPI / Foto: Cedida por Daiane Calistro

Parte da equipe de enfermeiros da atenção básica durante capacitação e repasse de protocolo quando ainda não existia nenhum caso confirmado de Covid-19 no Brasil / Foto: Cedida por Luciana Alcântara

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