15.5 C
Dourados
quarta-feira, 20 de agosto de 2025

“Não há nada que pague a satisfação de salvar a vida de alguém”, diz bombeiro

- Publicidade -

01/07/2021 18h27

“Não há nada que pague a satisfação de salvar a vida de alguém”, diz bombeiro

Nesta sexta-feira, dia 2 de julho, é celebrado o Dia Nacional do Bombeiro. Nossa reportagem falou com dois dos militares que estão há mais tempo em Amambai e eles falaram das alegrias e mazelas da profissão.

Fonte: Patrícia Dapper – Da Redação

Amambai (MS)- Nesta sexta-feira, 2 de julho, é comemorado nacionalmente o dia daquele profissional cheio de bravura. Aquele que chega para resolver quando todos se vão, o que transmite confiança na hora do desespero, o Bombeiro Militar.

Em Amambai, eles são 25 homens e mulheres destemidos. Lotados no 16° Subgrupamento do Corpo de Bombeiros (16° SGB), são responsáveis por socorrer e auxiliar as populações de Amambai, Tacuru, Sete Quedas, Paranhos e Coronel Sapucaia.

O 16° SGB foi inaugurado em 20 de dezembro de 2006 e nesta data já estavam no município o subtenente Wilson Ferreira e os sargentos Mário, Ariney e Agrinaldo. Os quatro militares são os bombeiros mais antigos do subgrupamento. Nossa reportagem falou com dois deles, com o subtenente Wilson e com o sargento Agrinaldo. Em uníssono, ambos frisaram o amor pela profissão e orgulho em ser bombeiro.

“Ser bombeiro é ser capacitado por Deus para fazer o bem e arriscar a própria vida por um estranho, independente de quem seja, de sua situação financeira, cor, sexo, religião, raça”, disse o sargento.

Para o subtenente, a melhor parte de ser bombeiro é saber que sua vida tem um propósito e, nesse caso, é salvar vidas e ajudar pessoas.

“A satisfação de salvar alguém, de auxiliar a vinda de uma vida ao mundo quando fazemos um parto, a sensação do dever cumprido… isso não tem nada, não há dinheiro que pague”, salientou Wilson.

Dificuldades

Apesar de ser uma profissão honrada e que lidera o ranking das profissões mais confiáveis do Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Opinião Pública (Ibope), assim como qualquer outra, existem suas mazelas. A principal apontada pelos bombeiros é o sentimento de tristeza profunda que paira no ar quando uma ocorrência não consegue ser bem sucedida.

“A parte mais complicada de nossa profissão é você lidar com a morte e manter o psicológico forte frente a perda de uma vida, frente ao sofrimento do próximo, de uma família inteira”, comentou o subtenente Wilson. Sargento Agrinaldo complementa: “Não saber o que nos espera em cada ocorrência também é complicado; sem contar quando perdemos as vítimas olhando em nossos olhos, é bem pesado”.

Ocorrências que mais marcaram

Não tem como falar em bombeiro sem falar de ocorrências e ao longo dos 20 e 16 anos que Wilson e Agrinaldo são bombeiros, eles já vivenciaram muitas, mas algumas com certeza marcam.

Para Wilson, a que mais marcou é a de um acidente que ele atendeu em 2005, quando ainda existia o com o Serviço de Atendimento Voluntário à Emergência (SAVE), criado no município por ele em parceria com outros profissionais voluntários. Um ônibus que vinha de Japorã para Amambai a fim de participarem de uma solenidade militar de entrega de boina no 17º Regimento de Cavalaria Mecanizado (17ºRC MEC), teve um dos pneus estourados no caminho, o que fez com que o motorista perdesse a direção e viesse a se chocar contra uma carreta. “Foram 9 mortos e 28 feridos, foi a ocorrência que mais me marcou”, disse o subtenente, que na época era soldado.

Para Agrinaldo, a que mais marcou foi uma ocorrida também em 2005, quando ele ainda atendia em Ponta Porã. Uma família inteira inteira faleceu, incluindo uma criança, quando o carro em que estavam chocou-se contra outro enquanto se dirigiam para uma ceia de Natal. “Essa foi uma das primeiras ocorrências que atendi depois de formado, por ser uma das primeiras, foi a mais impactante”, disse.

Profissão de pai para filho

Quando se é bombeiro militar, você vive quase que em total função da corporação, abdicando de muitos momentos importantes na vida familiar em prol de se capacitar. O subtenente Wilson viveu isso na pele . Em 1997, quando nasceu seu filho, Carlos Wilson, o pai não pôde estar presente porque estava em instrução do Curso de Formação de Soldados (CFSD). Wilson conta que essa lacuna foi preenchida por orgulho do filho, que hoje, a exemplo do pai, também tornou-se bombeiro.

“O Carlos cresceu dentro do quartel e ser bombeiro passou a ser o sonho dele e eu fico muito feliz de ele ter conseguido realizar, até porque ele abdicou de sua carreira de atleta no exterior para prestar o concurso em 2018”, disse Wilson.

Carlos Wilson finalizou o curso de soldados em abril deste ano, ficando na terceira colocação geral do curso.

Uma foto feita pelos bombeiros na inauguração do 16ºSGB, em 2006, onde aparecem – da esquerda para a direita -, o subtenente Wilson, os sargentos Mário e Ariney e, por fim, a criança de amarelo, Carlos Wilson, que hoje, também ostenta o orgulho de vestir a farda cáqui.

Após a formação de Carlos Wilson, os militares reproduziram a fotografia, agora, com a presença também do atual comandante do 16º SGB, Tenente Carlos Ernesto, confira:

Subtenente Wilson Vicente Ferreira é bombeiro há 20 anos / Foto: Arquivo Pessoal

3º Sargento Agrinaldo é bombeiro há 16 anos / Foto: Arquivo Pessoal

Agrinaldo está em Amambai desde a fundação do 16º SGB, em 2006. / Foto: Arquivo Pessoal

Filho, soldado Wilson presta continência ao pai, subtenente Wilson / Foto: Arquivo Pessoal

Foto feita em 2006; Carlos (de amarelo) ainda era criança

Foto feita em 2021; E/D: atual comandante do 16º SGB, Tenente Carlos Ernesto; subtenente Wilson; Sargentos Mário e Ariney e, agachado, soldado Wilson / Foto: Arquivo Pessoal

- Publicidade -

Últimas Notícias

- Publicidade -

Últimas Notícias

- Publicidade-