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terça-feira, 23 de abril de 2024

Especial Retrospectiva: início da vacinação contra Covid-19 em Amambai foi alívio em meio à incerteza, medo e aflição

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Profissionais da saúde que figuraram (e figuram) como linha de frente no combate ao novo coronavírus foram os primeiros a serem vacinados em Amambai no dia 19 de janeiro de 2021.

Patrícia Dapper – Da Redação

Amambai (MS)- Impossível não lembrar com emoção daquele final de tarde chuvoso em meio a área externa e coberta do Hospital Regional quando foram vacinadas as primeiras pessoas do município de Amambai contra a Covid-19. Imprensa, profissionais da saúde, autoridades…todos, devidamente protegidos com suas máscaras e álcool em gel, e ansiosos para presenciarem o momento em que seriam distribuídas as primeiras doses de acalento e esperança na Cidade Crepúsculo.

A pessoa escolhida para ter a honra de marcar a história sendo a primeira amambaiense a ser imunizada contra o coronavírus foi Sinthia Maciel Neves, coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Amambai e que na época era responsável pelo Centro de Atendimento para o Enfrentamento à Covid-19.

Ela conta que se sentiu lisonjeada por ter sido a primeira a receber o imunizante, mas não nega que também sentiu apreensão naquele momento, em especial, por conta de muitos comentários maldosos que se ouvia da vacina. “Estava apreensiva devido aos comentários prós e contras a vacina, mas a minha expectativa no controle da doença e confiança na ciência foram maiores”, ponderou.

Especial Retrospectiva: início da vacinação contra Covid-19 em Amambai foi alívio em meio à incerteza, medo e aflição
Sinthia era a coordenadora da Vigilância Epidemiológica do Município e era responsável pelo Centro de Atendimento para o Enfrentamento a Covid-19.

Enfrentando o desconhecido

Como coordenadora da Vigilância Epidemiológia, Sinthia explica que este era o setor responsável pelas doenças transmissíveis e agravos em geral e que no começo, quando começaram a surgir os primeiros casos, muito das decisões tomadas foram no impulso.

“Era o desespero de uma doença nova, uma tragédia mundial, então eu, a coordenadora da atenção primária e a secretária de saúde tivemos de buscar forças para enfrentar o desconhecido”, comenta Sinthia.

Ela lembra que toda a equipe foi aprendendo com cada acontecimento e que todos os dias foram marcados por lutas diferentes. “Teve dias que não paramos nem para comer, chegamos em casa altas horas da noite (…) sem contar as pessoas que vi com medo da morte, as que não conseguiram resistir e perderam a batalha para essa doença arrasadora (…) tive várias últimas conversas com pessoas que não voltaram da internação. Isso tudo mostrou que não depende do quanto dinheiro você tem, de quantos bens você possui, sua cultura ou o status que você tem, essa doença atingiu a todos”, disse ela.

A vigilância epidemiológica é o setor responsável pelas doenças transmissíveis e agravos em geral, no começo foi tudo no impulso, no desespero de uma doença nova, uma tragédia mundial, eu a coordenadora da atenção primaria à saúde e a secretária de saúde tivemos que buscar forças para enfrentar o desconhecido. (…) Fomos aprendendo com os acontecimentos, cada dia era uma luta diferente, teve dias de nem pararmos para comer, chegando em casa altas horas da noite. (…) Nesses dois anos vi pessoas com medo da morte, que não conseguiram resistir e perderam a batalha pra essa doença arrasadora. Tive várias ultimas conversas com pessoas que não voltaram da internação. isso tudo mostrou que não depende do quanto dinheiro, bens, cultura ou status você tem.

“A vacina trouxe uma trégua”

Conforme já mencionado, Sinthia foi durante quase dois anos linha de frente do combate à pandemia e ela avalia que a vacina trouxe, sim, esperança de dias melhores e de vitória frente ao embate gigantesco que foi lidar com o novo coronavírus.

“A vacina trouxe esperança, trouxe uma trégua! Os casos diminuíram, principalmente os graves. Então, sou grata à Secretaria Municipal de Saúde e ao prefeito, Dr. Bandeira, que diuturnamente não mediram esforços para que pudéssemos ter o máximo de pessoas vacinadas em Amambai”, frisou.

Especial Retrospectiva: início da vacinação contra Covid-19 em Amambai foi alívio em meio à incerteza, medo e aflição
Sinthia e um colega de trabalho no enfrentamento ao novo coronavírus

Centro de Atendimento para o Enfrentamento à Covid-19

O Centro de Atendimento para o Enfrentamento à Covid-19 funcionou por um ano entre 2020 e 2021 e, segundo Sinthia, era composto por uma equipe de 13 pessoas diretamente envolvidas e mais outras inúmeras que atuavam indiretamente como agentes de saúde, agentes de endemias, enfermeiros, médicos, dentistas, laboratoristas, administrativos e gestores.

Ela conta ainda que em muitos dias, os profissionais sequer tinham tempo de pensar em tudo que estava acontecendo, mas sentiam medo e impotência. “Apesar disso, tínhamos também vitórias e, inclusive, até hoje algumas pessoas nos demonstram gratidão por ter feito alguma diferença na vida dela, seja no período de tratamento ou de isolamento, afinal, nós deixávamos a nossa família em prol de outras”, salientou.

União de esforços

Na concepção de Sinthia, Amambai fez um bom trabalho no que tange a contenção da pandemia de Covid-19 e isso se deve à união de esforços feita pela Administração Municipal e seus órgãos competentes.

“Não vi durante a pandemia, um gestor municipal tão comprometido com a população quanto o Dr. Bandeira. Ele não mediu esforços para atender a nós, trabalhadores e também aos cidadãos”, comentou Sinthia e finalizou: “O mérito do enfrentamento dessa pandemia é de todos, graças a Deus passamos o período mais preocupante, mas não podemos descuidar, ainda não acabou.

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