O Google passou a exibir uma nova aba exclusiva para vídeos curtos nos resultados de pesquisa. A mudança reforça a relevância do formato no comportamento de busca dos usuários e marca um avanço na forma como conteúdos audiovisuais são indexados. Agora, além de vídeos do YouTube, a seção também reúne materiais publicados em redes como TikTok, Instagram e Facebook.
A decisão acompanha uma tendência apontada por dados do Instituto Reuters: no Brasil, 76% das pessoas utilizam redes sociais como principal fonte de informação. Dois terços dos entrevistados globalmente pelo instituto assistem a, pelo menos, um vídeo curto informativo por semana. A pesquisa mostra, ainda, que o TikTok é a rede mais popular entre os jovens de 18 a 24 anos, com crescimento de 23% no consumo de notícias nessa faixa etária.
O sucesso desta plataforma também é apontado em relatório da Adobe, que revela que 64% dos jovens da geração Z a utilizam como ferramenta de busca para descobrir produtos, encontrar estabelecimentos ou aprender novas habilidades. Entre as motivações estão a facilidade de compreensão, a personalização do conteúdo e as informações mais recentes.
Para a CEO da Experta, agência especializada em SEO, Flávia Crizanto, esse comportamento do público tem sido determinante na reformulação dos resultados de pesquisa do Google, que está vendo parte da sua audiência sendo absorvida por plataformas como TikTok e Instagram.
“Observamos um crescimento expressivo no consumo de vídeos curtos e no engajamento que eles geram. O Google, por sua vez, precisa acompanhar essa mudança de hábito para não perder relevância diante da concorrência com as redes sociais”, destaca a especialista.
SEO deve se adaptar à nova tendência
Com a integração do novo recurso do Google, produtores de conteúdo, marcas e veículos jornalísticos precisam repensar como estruturam materiais audiovisuais. A preferência crescente por vídeos curtos e objetivos exige não só criatividade, mas também o domínio técnico de boas práticas de SEO (Otimização para Mecanismos de Busca, quando traduzido).
Como resume Flávia, entender o novo comportamento de busca é o primeiro passo para se manter relevante. Segundo ela, o vídeo curto virou uma importante estratégia para aumentar o tráfego orgânico, e quem souber otimizar esse formato tem maiores chances de garantir seu espaço nos resultados do buscador.
O Semrush recomenda uma série de práticas para que vídeos sejam destacados pelo Google. O primeiro passo é garantir que o conteúdo esteja publicado em plataformas compatíveis, como YouTube Shorts e TikTok, em proporção vertical e com informações bem estruturadas.
Outro ponto destacado pela ferramenta é a construção de autoridade. Ter backlinks apontando para páginas com vídeos hospedados aumenta a confiabilidade do conteúdo aos olhos do Google, contribuindo para uma melhor classificação. Esses links devem vir de outros sites, o que pode ser conquistado com o trabalhado de uma agência de link building.
Criar miniaturas de vídeos atraentes também é uma das estratégias indicadas pelo Semrush. A imagem deve mostrar sobre o que é o conteúdo e despertar o interesse do usuário. Para se inspirar, é possível conferir as miniaturas dos principais criadores da área e verificar o que funciona bem, sem esquecer de dar um toque pessoal.
Palavras-chave e conteúdos objetivos
De acordo com Flávia, quando o usuário digita uma dúvida no Google, o algoritmo procura vídeos que respondam diretamente àquela necessidade. Por isso, ela considera imprescindível usar as palavras-chave certas no título, nas hashtags e na descrição, sempre de acordo com o tema central do conteúdo.
A especialista recomenda que os vídeos tragam respostas rápidas, logo nos primeiros segundos. “Ao buscar ‘como fazer brigadeiro’, por exemplo, o algoritmo tende a priorizar vídeos que mostrem a receita de forma direta, sem rodeios. Essa lógica se aplica a todos os tipos de conteúdos, como tutoriais, dicas de carreira, resenhas de produtos e vídeos institucionais”, alerta.
Já do ponto de vista técnico, o Google Search Central reforça a necessidade de seguir alguns critérios para que o conteúdo seja rastreado e indexado corretamente. Isso inclui o uso de elementos como <video>, <iframe> ou <embed> uma miniatura válida disponível em um URL estável.
O arquivo também precisa estar disponível em formatos compatíveis como MP4, 3G2, WebM, AVI ou MOV. Para vídeos que estejam hospedados em sites próprios, o Google orienta que as páginas tenham metadados claros e utilizem marcações que destaquem momentos importantes, como tutoriais divididos por etapas ou eventos ao vivo.
O buscador também pode exibir esses vídeos em diferentes tipos de resultados, incluindo a página principal, o Google Imagens e o Discover, desde que cumpram os critérios de indexação.