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segunda-feira, 23 de junho de 2025

Arte na Praça: Miguela Peralta Moura transforma o céu da fronteira em identidade visual e afeto coletivo

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A Praça Pedro Manvailler, no coração de Ponta Porã (MS), vive um novo tempo. Entre traços, cores e ancestralidade, a artista visual e ilustradora Miguela Peralta Moura deu vida ao projeto Arte na Praça, uma iniciativa que transforma o espaço público em ponto de encontro sensível entre arte, território e pertencimento.

Fronteiriça por essência, Miguela nasceu entre Ponta Porã (Brasil) e Pedro Juan Caballero (Paraguai). Mulher, artista e agente territorial cultural do Mato Grosso do Sul, desenvolve sua trajetória criativa em profunda conexão com sua ancestralidade guarani — herança que compartilha com toda a sua família e que inspira cada pincelada de sua obra.
Segundo a artista, o projeto Arte na Praça nasce de um desejo coletivo de aproximação: “a ideia é que a comunidade se reconheça nesse espaço, que se sinta pertencente.

As imagens da arte têm esse poder, o de fazer com que aquilo que você vê também seja parte de você.”

Entre os elementos presentes nos murais, estão símbolos recorrentes da cosmologia guarani, como o nhanduti e o ao po’i, que evocam não apenas formas visuais, mas também histórias e mitologias da região. “O meu trabalho é a identidade do céu. Eu pintava muito o céu noturno, mas ao começar a ilustrar livros infantis, migrei para os tons do pôr do sol. A ideia era retratar aquele momento em que se toma um tereré na praça, em harmonia com o céu da fronteira, cheio de cor, vida e transformação.”

Para Miguela, contar histórias também é um ato de resistência e memória. Inspirada na obra do escritor indígena Olívio Jekupé, ela reforça a importância da oralidade guarani na região. “Aqui há uma concentração muito grande de histórias guarani. Uma delas diz que o nhanduti surgiu do reflexo do pôr do sol numa teia de aranha, depois da chuva, revelando as cores do arco-íris. É isso que eu trago neste projeto.”

Com Arte na Praça, Miguela Peralta Moura convida a população da fronteira a ver — e sentir — o mundo com outros olhos: os olhos de quem pertence, resiste e transforma o cotidiano com a potência da arte indígena e popular.

Fonte: Alice Fernandes/ Jornalista- Comunicação para o desenvolvimento

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