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quinta-feira, 17 de julho de 2025

Chuvas acima da média recuperam níveis dos rios na Bacia do Paraguai, aponta monitoramento do Imasul

Período chuvoso 2024/2025 registra volumes expressivos em várias regiões, mas níveis já apresentam tendência de queda em julho

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O regime climático de Mato Grosso do Sul é marcado por dois períodos bem definidos: o chuvoso, que vai de outubro a abril, e o seco, de maio a setembro. Essa alternância influencia diretamente o comportamento dos rios no Estado, especialmente na Bacia Hidrográfica do Rio Paraguai – uma das mais relevantes do ponto de vista ambiental e econômico.

Durante o período chuvoso 2024/2025, dados da Sala de Situação do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) mostram que os volumes acumulados de precipitação superaram a média histórica em 8 dos 11 pontos de monitoramento instalados na bacia.

É importante destacar que os totais apresentados ao longo deste relatório se referem à soma das chuvas registradas em todas as estações de monitoramento da bacia, e não ao volume acumulado em apenas um ponto específico.

As informações são coletadas por meio de Plataformas de Coleta de Dados (PCDs) hidrometeorológicas distribuídas em trechos estratégicos dos rios Paraguai, Aquidauana, Miranda, Taquari, Cuiabá e Piquiri.

Ladário e Miranda lideram os volumes acumulados

Entre os pontos com chuvas acima da média histórica, destacam-se Ladário, que registrou 1.082,8 mm de chuva – 412,2 mm acima da média do período; Miranda, com um acumulado de 1.034,2 mm, superando em 236,2 mm a média histórica; e Palmeiras, na região do rio Aquidauana/Miranda, com 1.091,8 mm – um excedente de 139,1 mm.

Outras estações, como São Francisco (rio Paraguai), Aquidauana e Coxim (rio Taquari), também apresentaram volumes superiores às médias, embora com variações menos expressivas.

Na contramão, a estação de Porto Esperança (Corumbá) registrou o maior déficit do período: 468,4 mm de chuva, o que representa 257,9 mm a menos que a média histórica, ou 35,5% abaixo do esperado. As estações de Porto Murtinho e Pousada Taiamã também apresentaram acumulados inferiores à média, embora com desvios menos acentuados.

Chuvas acima da média recuperam níveis dos rios na Bacia do Paraguai, aponta monitoramento do Imasul
Foto: Comunicação Imasul

Abril, mês com maior anomalia positiva

A análise mensal revela forte irregularidade na distribuição das chuvas ao longo do ciclo chuvoso. Outubro, dezembro, março e abril registraram volumes superiores à média histórica, enquanto novembro, janeiro e fevereiro apresentaram déficit pluviométrico.

O destaque ficou para abril de 2025, quando foi registrado um volume total de 1.609,8 mm, 685,9 mm acima da média para o mês (923,9 mm). Esse pico foi observado principalmente na segunda quinzena.

O balanço mensal das chuvas durante o período chuvoso 2024/2025 revela oscilações expressivas em relação à média histórica. Em outubro de 2024, foram registrados 1.101,6 mm de precipitação, 193,6 mm acima da média do mês.

Novembro apresentou 1.102,8 mm, ficando 129,9 mm abaixo do esperado. Em dezembro, os volumes voltaram a subir, com um acumulado de 1.849 mm, 248,9 mm acima da média histórica.

Já em janeiro de 2025, houve um recuo acentuado, com apenas 982,2 mm — um déficit de 484,8 mm. Fevereiro também teve chuvas abaixo do normal, com 1.341,6 mm, ou 120,2 mm a menos que a média. Em março, o acumulado foi de 1.384,8 mm, superando a média em 279,1 mm. O maior destaque foi abril, com 1.609,8 mm, 685,9 mm acima da média histórica para o mês.

Chuvas acima da média recuperam níveis dos rios na Bacia do Paraguai, aponta monitoramento do Imasul

Níveis dos rios reagem após seca histórica de 2024

O bom desempenho das chuvas entre outubro e abril resultou na recuperação dos níveis dos rios na Bacia do Paraguai.

Nos meses de abril, maio e junho de 2025, nenhuma das estações monitoradas apresentou cota de estiagem – uma situação muito diferente da verificada em 2024, quando vários trechos permaneceram com cotas críticas mesmo durante o período chuvoso.

Esse cenário favorável contribuiu para que a bacia fosse classificada como área sem seca ou com seca fraca no Monitor de Secas da Agência Nacional de Águas (ANA), referente ao mês de junho.

O mapa está disponível no link: https://monitordesecas.ana.gov.br/mapa?mes=6&ano=2025.

Tendência de queda em julho

Com o término do período chuvoso, os rios afluentes do Paraguai já começaram a apresentar queda no volume d’água em julho. A estação do rio Aquidauana, por exemplo, entrou em cota de estiagem nesta semana. A previsão para os próximos meses – até setembro – é de manutenção da baixa pluviosidade, com possibilidade de novos registros de estiagem em outros pontos da bacia.

Novo ciclo chuvoso

De acordo com a equipe técnica do Imasul, a expectativa é de que um novo ciclo chuvoso se inicie em outubro, seguindo o padrão climático característico da região. Até lá, o monitoramento contínuo dos níveis dos rios e dos volumes de chuva seguirá sendo fundamental para orientar ações de prevenção e gestão hídrica, especialmente em áreas produtivas, urbanas e ribeirinhas.

Segundo Leandro Neri Bortoluzzi, técnico do Imasul, esse comportamento reflete diretamente o volume de chuvas acumulado e sua distribuição ao longo do ciclo.

“O aumento do volume pluviométrico entre março e abril foi determinante para que, pela primeira vez desde 2023, todos os pontos monitorados na bacia do rio Paraguai tenham se mantido fora da condição de estiagem durante o trimestre pós-chuva”, destaca. Ele ressalta ainda que a recuperação foi perceptível até mesmo em trechos historicamente mais sensíveis.

Fonte: Gustavo Escobar, Comunicação Imasul

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