O período de férias escolares chegou — e com ele, a necessidade de mais atenção com a saúde e a segurança das crianças, principalmente para quem vai passar o recesso em casa. Sem a rotina escolar e com mais tempo livre, os pequenos ficam mais expostos a riscos de acidentes e mudanças nos hábitos que podem afetar o bem-estar físico e emocional.
Para muitos pais, o recesso escolar é um desafio de organização e criatividade. É o caso da policial militar Ana Paula Pazeto, que está planejando atividades para entreter a filha Aurora, de três anos, em Campo Grande. “Estamos montando uma programação para os fins de semana com brincadeiras, pintura, desenhos e passeios nos parques da cidade”, conta.
Enzo, também de três anos de idade, já tem uma programação de férias definida junto com a mãe, Simone Silva de Oliveira Romualdo e no roteiro além de muitas brincadeiras estão ainda visitas a casa dos avós.
“Queremos preencher os dias com muitos passeios, brincadeiras, ficar mais próximos aos primos, aproveitar a casa dos avós. Queremos fazer coisas que muitas vezes não conseguimos em virtude da correria do dia a dia”, resume Simone.
Acidentes domésticos: atenção redobrada
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, os acidentes domésticos com crianças aumentam até 25% durante as férias escolares. Entre os riscos mais comuns estão quedas, cortes, queimaduras, intoxicações e afogamentos — a maioria dentro de casa.
A médica Mariana Ávila, residente em pediatria no Programa de Residência Médica do Hospital Cassems de Campo Grande, alerta que o ambiente domiciliar, quando não adaptado, torna-se um dos principais cenários de risco.
“Objetos cortantes, produtos de limpeza, escadas, piscinas e tomadas desprotegidas são riscos invisíveis no dia a dia. A supervisão constante é essencial, principalmente em ambientes não adaptados”.
Ela recomenda instalar redes de proteção, guardar objetos perigosos fora do alcance das crianças e adaptar os espaços de brincadeira à faixa etária. “Mesmo com monitores e câmeras, nada substitui a presença de um adulto. E é importante ensinar a criança a pedir ajuda”, reforça.
Proteção solar e hidratação: cuidados básicos no calor
A exposição ao sol durante as férias também merece atenção. A médica Marina Nery Ayach, também residente em pediatria na Cassems, faz algumas recomendações básicas.
“Use protetor solar adequado para a idade, reaplique ao longo do dia, mantenha a hidratação com água, sucos naturais ou frutas como melancia e evite a exposição nos horários mais quentes”.
A especialista acrescenta que a desidratação é um risco silencioso, principalmente no calor do Mato Grosso do Sul. “Sinais como boca seca, urina escura, sonolência excessiva ou ausência de lágrimas ao chorar exigem atenção imediata”, alerta.
Alimentação segura e balanceada
As férias também exigem cuidados com a alimentação, especialmente durante passeios ou refeições fora de casa. “Evite locais de procedência duvidosa, alimentos perecíveis expostos ao calor, e sempre observe as condições de higiene”, orienta Marina Ayach.
Em casa, a higienização dos alimentos, o armazenamento correto e a preparação segura (sem reutilizar óleo ou misturar utensílios de alimentos crus e cozidos) ajudam a prevenir intoxicações alimentares.
Vacinação: proteção invisível
Com o aumento da circulação de pessoas em viagens e eventos, a vacinação se torna uma aliada fundamental. “Verifique se a caderneta está em dia. Vacinas como gripe, sarampo, rubéola e caxumba protegem contra doenças que podem atrapalhar as férias”, destaca Ayach.
Para destinos internacionais, o ideal é consultar o pediatra com antecedência.
Afogamentos: prevenção salva vidas
A médica Mariana Ávila ressalta que piscinas, rios e praias podem representar perigo e aconselha o uso de cor forte para facilitar a identificação na água e reforça que irmãos mais velhos não devem ser responsáveis pela supervisão das crianças menores.
“Nunca deixe uma criança sozinha perto da água. Piscinas devem ter grades e travas, e crianças pequenas precisam de boias ou coletes adequados.
Saúde mental e bem-estar: férias também são descanso
Além da segurança física, o bem-estar emocional da criança precisa de atenção alerta a especialista Mariana. “O tempo livre deve ser valorizado. Atividades sem obrigação estimulam a criatividade e aliviam o estresse”, diz.
Manter uma rotina flexível com momentos de leitura, brincadeiras ao ar livre, contato com a natureza e convivência familiar ajuda a equilibrar as férias. O uso de telas deve ser moderado e os sinais de alerta emocional — como irritabilidade, insônia ou isolamento — devem ser observados.
Quando procurar ajuda médica?
A médica Mariana Ávila ressalta que é importante buscar avaliação médica após acidentes leves, se houver mudança de comportamento após uma queda, como vomito ou dor de cabeça.
Leve a criança imediatamente ao hospital se apresentar:
- Febre alta persistente
- Dificuldade para respirar
- Vômitos ou diarreia com sinais de desidratação
- Sonolência, confusão mental ou convulsões
- Quedas com batida na cabeça, fraturas ou sangramentos
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Em Campo Grande e Ivinhema, estão disponíveis também a Clínica da Família e o Centro Médico e de Diagnóstico Avançado, além da Unidade Cassems Carandá.
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Mais informações pelo telefone e whatsapp (67) 3314-1010.
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Fonte: Ariane Martins – Cassems