18.8 C
Dourados
sexta-feira, 10 de outubro de 2025

Outubro Rosa: ALEMS reforça conscientização e prevenção como caminhos para vencer o câncer de mama

- Publicidade -

Durante o Outubro Rosa, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) se une à campanha nacional de conscientização sobre o câncer de mama, reforçando que a informação e o diagnóstico precoce são as maiores armas contra a doença.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de mama é o tipo que mais acomete mulheres no país, após os tumores de pele não melanoma, e também o que apresenta maior taxa de mortalidade. A previsão para 2025 é de 73,6 mil novos casos e, somente em 2023, mais de 20 mil mulheres perderam a vida em decorrência da doença, principalmente nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste.

O levantamento “Controle do Câncer de Mama no Brasil: Dados e Números 2025”, lançado por Inca e Ministério da Saúde, aponta que o Sistema Único de Saúde (SUS) realizou 4,4 milhões de mamografias em 2024, sendo 2,6 milhões em mulheres de 50 a 74 anos — faixa etária prioritária. Também foi observada redução na mortalidade entre mulheres de 40 a 49 anos, um reflexo direto do diagnóstico precoce e do acesso ao tratamento.

Em Mato Grosso do Sul, a Lei Estadual 4.541/2014, de autoria dos deputados Zé Teixeira (PL) e Mara Caseiro (PSDB), e da ex-deputada Dione Hashioka, instituiu oficialmente o mês “Outubro Rosa” no calendário sul-mato-grossense, dedicado à promoção da saúde e prevenção do câncer de mama.

“A legislação foi criada para estimular campanhas públicas de conscientização sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce, além de integrar órgãos e entidades em ações conjuntas que beneficiam a comunidade”, explica a deputada Mara Caseiro.

Já o deputado Zé Teixeira destaca o caráter educativo da lei: “O Outubro Rosa também abre espaço para que estudantes universitários participem de projetos de campo e ações sociais. É uma iniciativa que desperta em toda a sociedade o olhar de cuidado e solidariedade diante de uma doença tão cruel.”

Informação e cuidado: pilares da prevenção

O câncer de mama é causado pela multiplicação desordenada de células anormais da mama, podendo invadir outros tecidos e órgãos. A boa notícia é que a maioria dos casos tem cura quando o diagnóstico é feito cedo. O SUS oferece todo o tratamento necessário — cirurgias, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e reconstrução mamária. Pela Lei Federal 12.732/2012, o paciente tem direito de iniciar o tratamento em até 60 dias após o diagnóstico.

Em Campo Grande, a Associação Amor em Rede atua desde 2023 na Santa Casa, prestando apoio social e emocional a pacientes em tratamento oncológico. A presidente da entidade, Jussimara Mota, explica que o cuidado deve ser contínuo: “Entregamos chá três vezes por semana, montamos cestas básicas e mantemos um brechó solidário. Mas o mais importante é lembrar que o Outubro Rosa precisa durar o ano inteiro. O autoexame é um aliado, mas o essencial é conhecer o próprio corpo e não adiar a ida ao médico. Prevenção é amor-próprio.”

Segundo Jussimara, o câncer de mama tem impactos que vão além da saúde física. “A doença é muito cruel porque atinge a autoestima. A mama representa feminilidade, maternidade e sensualidade. Muitas mulheres enfrentam separações e mudanças profundas após a mastectomia. Por isso, é fundamental o apoio psicológico e emocional. A solidariedade é parte do tratamento.”

Depoimentos que inspiram

A professora doutora Érika Kaneta Ferri, pró-reitora da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), descobriu o câncer de mama em dezembro de 2023, após perceber um pequeno nódulo durante o banho. “Sempre fiz meus exames de rotina, mas aquele momento me despertou um alerta ainda maior. Procurei atendimento imediatamente e, sem dúvida, isso fez toda a diferença. O diagnóstico precoce me deu esperança e força para enfrentar o tratamento”, relata.

Após três cirurgias e a retirada total da mama, Érika segue tratamento com quimioterapia oral e hoje encara a experiência como um recomeço. “Descobri o verdadeiro valor da vida e da rede de amor que me cercou. Cada palavra de apoio foi um combustível. Quero dizer a todas as mulheres: se cuidem, se observem, não deixem para depois. O amor próprio salva vidas.”

Já a servidora pública Telma Regina Justi, 57 anos, enfrentou um percurso desafiador desde o diagnóstico. “Fazia acompanhamento de nódulos nas mamas desde 2019, e, após descobrir outros tumores, realizei exames genéticos que confirmaram predisposição ao câncer de mama. Passei por mastectomia total em 2021. Foi uma decisão difícil, mas necessária.”

Telma conta que o apoio familiar e espiritual foram essenciais para seguir em frente. “A prevenção é um gesto de amor. O medo existe, mas o cuidado nos fortalece. Hoje, procuro incentivar outras mulheres a enfrentarem o medo e não adiarem seus exames. A dor passa, mas a vida continua.”

A oncoinfluencer Eliza Montes (@elizamontesoficial), 42 anos, foi diagnosticada com câncer de mama em maio de 2022. Um mês após o diagnóstico, descobriu que a doença já estava em estágio avançado, com comprometimento da mama, axila, pulmão e fígado.

Desde então, está em tratamento contínuo há três anos, já passou por quimioterapia, imunoterapia e controle hormonal, além de cirurgia para a retirada dos ovários como parte do tratamento. “Atualmente sigo com um protocolo de segunda linha, com uma medicação obtida judicialmente, e felizmente tenho apresentado ótima resposta, com redução significativa das lesões metastáticas e controle do câncer.”

Ela ressalta a importância da prevenção e do diagnóstico precoce: “O Ministério da Saúde recomenda que as mulheres realizem a mamografia anualmente a partir dos 40 anos, pois o câncer de mama, quando está no início, é assintomático. Reverberar essa mensagem é salvar vidas. É garantir que mais mulheres conheçam seus direitos, façam seus exames e cuidem de si com amor e responsabilidade”.

Conscientização salva vidas

O médico Fabricio Colacino, doutor em Medicina Oncológica e Ginecológica pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), destaca que o Outubro Rosa é um dos maiores movimentos de saúde pública do mundo.

“O câncer de mama acomete mais de 59 mil mulheres por ano no Brasil e tem cerca de 15% de relação hereditária. A mamografia a partir dos 40 anos é essencial. Quando diagnosticado precocemente, o índice de cura pode ultrapassar 90%. Isso representa menos sofrimento, menos sequelas e mais vida”, afirma.

A Assembleia Legislativa reforça que a conscientização é o primeiro passo para a prevenção. Durante o Outubro Rosa, a Casa de Leis apoia ações de sensibilização e incentivo ao autocuidado, lembrando que falar sobre o câncer de mama é uma forma de salvar vidas.

Fonte: João Grilo/Agência ALEMS.

- Publicidade -

Últimas Notícias

- Publicidade -

Últimas Notícias

- Publicidade-