12/01/2017 10h15
Baixas temperaturas no final de 2016 impactaram a aparência das plantas, dando a entender que se tratava de alguma doença
Fonte: Uagro
Um fenômeno peculiar deixou produtores de soja em alerta nos últimos meses de 2016 em Mato Grosso do Sul. As baixas temperaturas registradas neste período provocaram o que alguns especialistas chamam de “falsa virose da soja”, principalmente no centro-sul do Estado, em municípios como Maracaju, Rio Brilhante e Amambai.
O fato foi identificado durante estudo realizado por pesquisadores da Fundação MS durante o mês de dezembro e os resultados foram divulgados nesta semana.
O pesquisador de fitossanidade da Fundação MS, José Fernando Grigolli, explica que a preocupação surgiu pelo fato de os sintomas serem muito parecidos com os de uma virose. Assim que os indícios do problema surgiram, produtores, mantenedores da instituição e assistências técnicas conveniadas entraram em contato com a entidade, em busca de uma solução e, também, para que sejam dadas orientações corretas sobre como lidar com os casos.
A partir disso, os pesquisadores começaram a fazer os experimentos. A ideia é simples: algumas plantas de soja foram colocadas dentro de uma geladeira por algumas horas, para que o comportamento delas em relação à temperatura fosse observado. “Inicialmente, surgiram muitas dúvidas se os sintomas observados eram nematoides, mancha de fertilidade do solo ou outra doença, mas, a partir dos estudos, ficou bastante nítido que a causa da aparência diferenciada nas plantas era o frio mesmo”, explica Grigolli.
De acordo com o estudo, temperaturas abaixo de 10 graus podem inviabilizar o cultivo da oleaginosa, e acima de 40 graus podem gerar consequências na floração e redução da capacidade de retenção das vagens. Já quando os termômetros indicam temperaturas abaixo dos 13 graus, há inibição da floração das plantas. As regiões com temperaturas entre 20 e 30 graus são as que mais favorecem a adaptação da cultura.
Para evitar problemas, o pesquisador orienta que o sojicultor continue trabalhando com variedades que sejam conhecidas e recomendadas para cada região.
