26/03/2018 14h18
Amambai conta hoje de 17 associações, das quais, 15 trabalham ativamente em busca de melhorias para os respectivos bairros
Fonte: Redação
Amambai (MS)- “As reais necessidades de uma vila somente seus moradores podem saber”, disse Alcibes Araújo, ao afirmar a importância de uma associação de moradores para uma sociedade. Alcibes é o precursor das associações de moradores em Amambai, ele foi o responsável por iniciar o projeto, em 1993.
Segundo ele, uma associação de moradores é a forma simples de organização coletiva com a capacidade de articulação social e política não partidária em defesa dos interesses de uma determinada comunidade.
Em Amambai, elas são 17, porém uma está sem presidente e outra está desativada. As 15 que estão ativas têm desenvolvido trabalhos em diversos segmentos, como cultura, educação, esporte e lazer, visando promover uma integração ainda maior com seus moradores e possibilitando-os de ter acesso a esses segmentos, o que para muitos, seria impossível sem a organização da associação.
Diretoria
As associações de moradores são compostas por moradores de determinada vila, que se organizam em presidente, vice-presidente, secretário e tesoureiro, além do conselho fiscal e do conselho deliberativo. Todos os cargos são escolhidos por meio de votação e o mandato dura três anos.
As reuniões acontecem semanalmente ou mensalmente, o que depende da diretoria e são abertas a toda população vila, que podem fazer suas reivindicações.
“Só tem vez e voz quem participa das reuniões. Se o morador não participa das reuniões, ele não tem direito de falar e, principalmente, criticar o trabalho que tem sido feito pela diretoria”, ressaltou Alcibes.
Alcibes ainda ressalta que uma associação de moradores é uma instituição sem fins lucrativos e sem ligações religiosas. “As questões políticas e religiosas jamais podem interferir numa associação, se o presidente permite isso, com certeza ele está fadado ao fracasso”, afirmou.
Principais dificuldades
Segundo Alcibes, as associações de moradores de Amambai enfrentam duas grandes dificuldades, que são a necessidade de respaldo do poder público, mas principalmente, a falta de interesse de alguns moradores.
No quesito respaldo do poder público, Alcibes explica que muito já vem sendo feito em Amambai, mas ainda assim, existem outros pontos importantes a serem vistos pelo legislativo e executivo.
“Eu sempre digo aos presidentes que eles não são vereadores, eles têm unicamente a função de pedir, mas o fiscalizar e o executar não dependem deles”, ponderou.
Para Alcibes, a falta de interesse dos moradores afeta diretamente no trabalho da diretoria e, principalmente, atrasa as melhorias nas vilas, como no caso da Associação de Moradores da Vila Doriane. “Nós temos hoje uma associação que está parada, isso porque os moradores não se interessam. Eles têm uma sede boa, mas não se dispõem a participar, a tomar iniciativa e retomar os trabalhos”, afirmou.
Trabalhos desenvolvidos
Os trabalhos desenvolvidos por uma associação de moradores são os mais variados. Desde auxílio na pesagem de crianças para a pastoral da criança, eventos em comemoração ao Dia das Mães, dos Pais, da Criança, festas de Páscoa, Natal até mesmo no oferecimento de cursos profissionalisantes em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).
“Algumas associações desenvolvem projetos que visam desde a geração de renda e acesso a cultura. Isso é muito bom, porque vejo que a sementinha plantada lá atrás tem dado frutos hoje, para quem lá atrás iniciou o projeto, isso é impagável”, concluiu Alcibes.
