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sexta-feira, 22 de agosto de 2025

Dia do professor: reinventar-se é o verbo do ano para esses profissionais

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15/10/2020 08h13

A pandemia de Covid-19 pegou a todos de surpresa e trouxe com ela as aulas remotas; professores precisaram reinventar-se para cativar seus alunos através de telas de computador ou celular. A eles, nossa homenagem.

Fonte: Redação

Amambai (MS)- O pedagogo e expoente pensador da educação brasileira, Paulo Freire disse certa vez que “ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria” e é essa alegria que dá vida a caminhada dos profissionais que são homenageados nesse 15 de outubro, os professores.

Esses profissionais têm a missão de possibilitar conhecimento, expandindo horizontes e levando acalento e esperança a milhares de crianças, jovens e adultos no decorrer de sua vida profissional.

Seja na pré-escola, no ensino fundamental, no ensino médio, no ensino superior, nos cursinhos preparatórios ou até mesmo na autoescola, a presença do professor serve como mola propulsora, ajudando a construir pontes para realizar sonhos.

A caminhada não é fácil. 40 alunos de diversas classes sociais, com diferentes vivências e expectativas de vida dentro de uma sala de aula. Apesar de serem protagonistas de suas histórias, contam com a indispensável experiência, dedicação, amor e alegria do professor. Essa alegria é muito presente na vida e nas aulas do professor de geografia Julio Cezar Miranda.

“Ser professor é SER, não estar, como em outras profissões. Algumas profissões dão dinheiro; outras, realizações, mas SER professor é realizar-se através da realização das pessoas que ouvem a nossa mensagem”, ponderou Julio.

Como decidiu que queria ser professor

Concursado no município e no estado, Júlio Cezar, é educador há cerca de 23 anos e ele descobriu a profissão após passar por um momento muito difícil em sua vida.

Quando tinha 17 anos, seu pai, que era policial militar, foi assassinado e a partir de então, ele precisou chamar para si toda a responsabilidade. Julio acabou ficando rebelde e sua mãe decidiu deixá-lo morar com o seu avô, em Foz do Iguaçu, no Paraná. Morava junto dele também um tio, que era padre e este contava com sua ajuda para realizar as leituras durante os cultos e missas da comunidade.

Em determinado momento, por verem a dedicação de Júlio, o colocaram como professor da escola bíblica dominical e a partir dali, ele descobriu a profissão que mais tarde mudaria o rumo de sua vida.

Alguns anos depois, ele tornou-se empresário do ramo de venda de água mineral e como era sempre indagado pelos clientes sobre a procedência da água, decidiu que iria estudar sobre o assunto e entrou para a universidade. Acabou indo para a Geografia porque era a área mais próxima do seu desejo, na época, vindo a iniciar suas aulas pouco tempo depois. Formou-se pela Universidade Estadual do Paraná.

A educação escolar em tempos de pandemia

Após os mais de 20 anos na docência, Julio Cezar, assim como outros inúmeros professores amambaienses encaram em 2020 um novo desafio: o de ter de se à adaptar e reinventar para dar aulas distância.

Muitos não tinham afinidade com a tecnologia, outros, um pouco mais de facilidade, porém, o que todos têm em comum é a vontade de ver seus alunos aprendendo e evoluindo, mesmo que isso custe horas e mais horas à frente de um computador ou ainda, custe horas de folga para a retirada de dúvidas. Julio é professor na escola municipal Antônio Pinto da Silva e na estadual Felipe de Brum.

“Se meu aluno ou pai de aluno me mandar mensagem às 2h da manhã, eu vou responde-los porque eu entendo que é um momento difícil esse que todos estamos passando; eu fico feliz em ver esse aluno ou esse pai interessado em aprender, então, eu respondo e não vejo problema nisso”, garantiu.

Por conta da pandemia e pelo seu amor à docência, Julio precisou adiar planos pessoais neste ano. Ele fazia mestrado, mas por não conseguir conciliar os estudos com os atendimentos virtuais a pais e alunos, preferiu abdicar-se da disciplina que estava cursando neste ano para focar exclusivamente em suas aulas.

Assim como Julio, outros professores precisaram adiar planos, adaptar suas rotinas a fim de oferecer o melhor aos seus alunos.

A presidente do Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação Básica (Simted) de Amambai, professora Erli Fernandes, destaca que em meio às adversidades do momento, estes profissionais tiveram que reinventar-se, sempre visando a formação de excelência das crianças e jovens, para que se tornem cidadãos atuantes na sociedade. “Queremos reafirmar que a profissão de professor é um dos pilares da educação e da formação de outras profissões, contribuindo para a transformação da sociedade e construção democrática do futuro”, finalizou.

Feliz Dia do Professor!

Foto: Divulgação

Professor Julio Cezar ao lado de algumas alunas em um evento escolar em 2017.

Professora Erli Fernandes é a presidente do Simted / Foto: Moreira Produções

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