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quinta-feira, 21 de agosto de 2025

Che Tiempo Guaré, por Iolete Moreira

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27/11/2020 14h06

Por Iolete Moreira

Livro lido há uma semana, agora, em estado de graça…

Che Tiempo Guaré veio pra ficar e espalhar história pelo país e o mundo.

Minhas reverências, mais que aplausos ao autor, Nery Costa Junior, que nos brinda com essa emblemática obra literária. Leitura deliciosa com sabor de terra vermelha, abençoada com verdes matas, regada com perfume e cheiro Guarani Kaiowa, em busca dos seus Tekoha. Leitura deveras aconchegante, traçou uma verdadeira radiografia da memória dos nossos saudosos, que deixaram inconfundíveis legados, com rastros indeléveis de suas permanências na vida social, política, cultural e educacional.

Aqui paro para refletir quão mística e verdadeira é essa historia, que arrasta vivências do passado e traz à tona momentos singulares de nossas vidas. Vi aqui minha infância e adolescência retratadas no viés da juventude e, educação e trabalho na E.E. Cel. Felipe de Brum, como professora. Paralelo à leitura passa como um filme na minha cabeça.

O autor Nerynho soube, com veemência, clareza e lucidez, puxar o cordão umbilical, da querida Amambai e num passo de mágica rodeado por seus profundos conhecimentos e pesquisa, em tempo real, mostrar ao país, o cérebro legítimo composto por razão e coração de uma cidade jovem e transparente com sua pureza, e colocá-la no seio sul-mato-grossense, divulgando o cerne da sua real historia: Uma Amambai gigante, ambiciosa, cheia de amor, com anseios, lutas e conquistas que faz qualquer visitante e estrangeiro se apaixonar.

O autor com acirrada competência, qualidade que lhe é peculiar, divide, didaticamente, em três partes seus relatos.

Iniciando recorre à linda e aconchegante Praça Cel. Valêncio de Brum, com suas nuances e variações no decorrer dos anos passados e vindouros. Segue com explanação da Arte Popular, destacando a Literatura, Música Regional, Esporte, Mídia, com leve reflexão sobre Educação, Escotismo, Cinema, Circo, Viagens, Parques e Acampamentos.

Aqui, uma pausa para reverenciar, em Educação, a Dona Adail Freiras, minha nobre professora de Língua Portuguesa, dos áureos tempos de Ginásio. A Eda Mendonça de Faria , minha colega professora e também exerceu função de Diretora no Curso Médio, na E.E Cel Felipe de Brum. A Dona Argemir Holsback da Costa, também professora da mesma escola e mãe do autor desta obra. O querido amigo e médico Dr. Wilsonir Gomes Vasconcelos , meu colega também de Ginásio e o seu saudoso irmão Alcedir Vasconcelos, são lembranças e saudades que me visitam nesta seleta obra e estão gravadas em minha memória e coração.

Na política, destaca, com precisão as 27 gestões de Prefeitos que por lá passaram, mas me emocionei profundamente, com lembranças e saudades do meu ilustre professor de Matemática, dos tempos de Ginásio Prof. Walmir da Rosa Peixoto com dois mandatos. E o meu querido e saudoso tio Heron da Rosa Brum que cumpriu duas gestões, consagrando-se como mandato de excelência.

Na sequência, o autor relata com muita paixão os “Cueras”, pseudônimos criados para caracterizar o estilo regional dos seus maiores amigos e representantes de Alto Amambai, tendo cada um suas respectivas peculiaridades:

• Antonio Delgado Martinez – relembro meu querido professor de Inglês dos tempos de Ginásio.

• Antonio Elias Maciel – o querido Né, que me trouxe profundas lembranças desse amigo querido dos tempos de Ginásio e Contador.

• Dilson Sperafico – importante relato, com pesquisa dos áureos tempos da Imigração Italiana que tanto contribuiu com o nosso país.

• Luiz Nogueira Lopes – eterna lembrança desse fiel amigo do meu pai Floriano Moreira.

• Zenóbio Neves dos Santos – amigão, sem precedente e fiel referência política do meu pai.

Agora, nesse terceiro momento, o autor apresenta com chave de ouro e revisita com acentuada e profunda reflexão do 17° Regimento de Cavalaria Mecanizada, momento de saudosismo, pois eu como mulher de militar que fui, sempre estive próxima dessa instituição.

E o povo indígena??? População tão sofrida e desatendida!!!

Pois é, aqui o autor, numa profunda reflexão, nas entrelinhas, em cima de dados de pesquisa, em tempo real, expressa, com veemência, sua indignação, fazendo um apelo às autoridades governamentais e aos gestores, pelo resgate e cuidados tão necessários aos povos indígenas. Lamenta com fervor, que os indígenas deveriam ser honra e glória à sua gente, “nosso povo – mãe.

Nessa pesquisa foram vários os embates:

Rodrigo Lorenzetti – Presidente da Famasul se manifestou reafirmando categoricamente que: “toda a invasão é crime “. “Nunca vi nenhum proprietário tomar terras de indígenas”.”É garantido o direito de propriedade”.

O autor, com sua fina sensibilidade, reservou as duas últimas páginas para Homenagens Póstumas aos oito guerreiros que muito contribuíram com a prosperidade da bela Cidade Crepúsculo e apoio a esta obra.
E assim chega-se ao importante Glossário, que de fato, bem merecia um outro livro.

Encerrando a leitura, que embora demorada, mas quis eu beber cada detalhe dessa brilhante obra, resta- me parabenizar o nobre escritor Nery da Costa Jr. Pela tão importante e oportuna obra e, ficamos no aguardo de outros e outros livros de sua autoria, que grandes histórias hão de nascer de sua verve literária.

Parabéns e sucessos!

Capa do livro Che Tiempo Guaré / Foto: Jamil Melo

Iolete é amambaiense, formada em Letras e autora de diversas obras literárias / Foto: Divulgação

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