27/05/2021 15h04
Unidos pelo sangue e pelo amor, os irmãos Delídio e Dilmar Ávila mantêm em Amambai a profissão de ferreiro que o pai os ensinou.
Fonte: Redação
Amambai (MS)- Os anos passam, a vida passa e, como todo ciclo, tem um fim, os pais se vão. Alguns deixam para os filhos dinheiro, carros, casas, mas o que os irmãos Delídio Ávila e Dilmar Ávila, de 71 e 74 anos, respectivamente, receberam do pai, Desidério Rodrigues de Ávila, é maior e ainda mais significativo: eles receberam a profissão. E a vontade de perpetuá-la e honrar os ensinamentos do pai fez eles mantivessem o ofício de ser ferreiros, nem mesmo quando tornaram-se vereador e prefeito.
Delídio foi vereador em Amambai por três mandatos, enquanto Dilmar foi prefeito por três e vice-prefeito por um mandato no município de Manaã, no Amazonas. Mesmo sendo autoridades, eles sempre tinham um tempinho para a profissão de ferreiro, fazendo pequenos consertos e serviços de chaveiros, ente outras tarefas da área.
“Na adolescência, éramos conhecidos como Ferreirinhos, tínhamos até uma banda de música com esse nome. Isso é por conta do meu pai, que nos ensinou a profissão de ferreiro (…) é uma profissão que está a mais de um século na família porque meu pai aprendeu a ser ferreiro com meu avô, Manoel Ávila”, explicou Delídio.
Desidério, pai de Dilmar e Delídio, foi a pessoa que construiu a Usina do Rio Panduí, patrimônio histórico do município. Ele é neto de João Ignácio do Santos. Nos anos 90, na administração do prefeito Anilson Prego, João Ignácio foi homenageado com a implantação de um busto e a denominação da praça localizada na vila Doriane. As homenagens foram destinadas a transmitir e a perpetuar a lembrança de que João Ignácio deixou seu legado em Amambai como desbravador.
Esse espírito aventureiro está presente nos netos, como Dilmar, que durante 40 anos viveu no município da Maraã, no Amazonas. Lá, ele construiu sua vida, foi um político renomado e sempre fazia pequenos consertos em casa, mantendo viva a profissão herdada pelo pai.
Com a pandemia, Dilmar voltou para Amambai e, agora, junto do irmão, trabalha no Chaveiro Ávila, localizado na avenida Pedro Manvailer. De propriedade de Delídio, o estabelecimento é referência em todo o Estado, também prestando serviços de manutenção de máquinas de costura.
“O conserto dessas máquinas de costura tem sido nosso carro chefe aqui na loja, vêm pessoas do Estado inteiro consertar suas máquinas; por ano, a gente conserta entre 350 e 360 máquinas”, garantiu Delídio.
Para conhecer os serviços de Delídio e Dilmar, entre em contato com o Chaveiro Avila pelos telefones: (67) 99608-7662 ou (67) 99613-7597.
Saiba Mais
Ferreiro é o nome que designa uma profissão e a atividade deste profissional, que é um misto de artesão e artífice metalúrgico, cujos trabalhos são requeridos no decorrer da história da humanidade por reis, fazendeiros, carpinteiros, cavaleiros, agricultores, pedreiros e outros profissionais. Embora seja profissão milenar, considerada em extinção, ainda hoje há muitas ferramentas e outras peças que continuam sendo produzidas por estes profissionais.
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E por ser somente os ferreiros que produziam os espetos no passado, nasceu a expressão, “Casa de ferreiro, espeto de pau”, para designar a desídia de algum profissional das Ferrarias. Além das ferramentas e objetos já mencionados, outros itens, como esporas, aviamentos para cavalos, como os arreios, que servem para encilhar e colocar freio que vai à boca do animal, durante décadas eram encomendados nas ferrarias pelas lojas de ferragens.
O Ferreiro é uma pessoa que cria objetos de ferro ou aço, por “forjar” o metal. Através da utilização de ferramentas como fole, bigorna e martelo, dobra e corta, para moldá-lo na sua forma não líquida.
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Acredita-se que a profissão de Ferreiro exista deste quando o homem aprendeu a manipular e moldar os metais (em torno de 2.000 a.C.), sem grandes distinções até os tempos atuais.
Fontes: Celso Marina e Mário Marina (Crédito/leslietharp.wordpress.com)
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