16/06/2014 13h27 – Atualizado em 16/06/2014 13h27
Fonte: Agência Brasil
A estreia do Equador na Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014 foi cruel, tão cruel como apenas as derrotas sofridas nos instantes finais de uma partida conseguem ser. Mas os jogadores da equipe de Reinaldo Rueda aprenderam uma lição valiosa para os dois próximos encontros do Grupo E. Afinal, a ilusão da vitória pode ter custos muitos elevados, mas contra Honduras e França os sul-americanos não vão ter outra hipótese que não lutar pelos três pontos.
Durante 46 minutos do encontro de estreia tudo correu às mil maravilhas para a seleção sul-americana no Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília. A equipe vencia a Suíça, jogava bem e justificava o entusiasmo dos milhares de torcedores equatorianos que estavam na arquibancada. Mas, em dois instantes, tudo mudou: no início do segundo tempo, veio o empate – um empate com o qual os equatorianos não se conformaram e desafiaram, partindo para o ataque. E, então, o castigo: já nos acréscimos, uma boa chance de vitória dos sul-americanos se transformou em contra-ataque fatal, concluído por Haris Seferovic.
“Muita, muita tristeza. Queríamos os três pontos, mas sofremos o segundo gol no último minuto e acho que é isso que justifica toda esta raiva e tristeza que sentimos”, contou, ao FIFA.com, o goleiro Alexander Dominguez logo após o final do jogo com a seleção helvética. “A ansiedade nos levou a buscar o triunfo depois do empate e a cometer erros. Foi um descuido. Os erros acontecem, claro, mas a raiva que temos foi por ser a um ou dois minutos do final”, repetiu Domínguez, como se ainda não acreditasse no que tinha acabado de acontecer no Estádio Nacional Mané Garrincha.
A palavra desilusão não bastava para descrever o estado de espírito dos equatorianos, mas também não apagava o orgulho pela exibição realizada. “É tão, tão difícil perder assim. O Equador fez um grande trabalho, mas, no final, fomos desorganizados e pagamos caro por isso. A Suíça ficou com os três pontos”, lamentou o técnico Reinaldo Rueda, também ao FIFA.com, admitindo o “ambiente muito pesado” que nesses minutos se vivia no vestiário do Equador.
Justiça é só uma palavra
Durante grande parte do encontro, ficou a sensação de que o Equador foi um pouco mais ofensivo do que a Suíça, o que leva a questionar sobre a justiça do resultado final. “Julgo que sim, que foi injusto. Mas a justiça, no futebol, não é mais que uma palavra. O que conta são os gols e, lamentavelmente, aí a Suíça foi melhor. Cometemos dois erros, eles aproveitaram e pronto”, admitiu Dominguez, com um encolher de ombros que mostrava bem o estado de espírito dos jogadores.
Mas o passado fica no passado e, agora, é tempo de pensar nos desafios que estão pela frente, aprender com os erros e encarar com confiança dos duelos com Honduras e França. “Temos de continuar a confiar no grupo que temos e no Homem lá de cima. Na vida, nada está escrito e tudo é possível. Estamos aqui, para lutar e não vamos desistir”, garantiu Domínguez.
A verdade é que uma derrota na estreia de um torneio tão curto não deixa outra hipótese: apesar do baque, toda a coragem que a equipe teve para seguir atacando os suíços e buscar a vitória no final da partida vai ter que reaparecer. Naquela ocasião, a ousadia custou caro, mas agora o Equador vai ter mesmo de partir para cima dos adversários.
“Sabemos que, se perdermos mais pontos, estamos fora e, por isso, vamos partir para cima. Mas desta vez, temos de ter mais cuidado e aprender com os erros cometidos frente à Suíça”, resumiu o meia Cristhian Noboa. E as palavras do meio-campista não podiam ser mais acertadas. Atacar é bom, mas nem sempre vale pontos.
