19/06/2014 20h08 – Atualizado em 19/06/2014 20h08
Fonte: Da Redação
Amambai (MS) – Se futebol tem alma, com certeza essa alma é a do povo brasileiro. Eita nação que entende de futebol. Em tempos de Copa do Mundo, mais ainda se fala em futebol. Somos todos técnicos, profissionais deste esporte que movimenta e polemiza uma roda de amigos.
Em Amambai, não é diferente. A cidade já teve tradição no esporte e, atualmente, aos poucos, retoma esta condição. Em tempos idos, não tão distante assim, muitos foram os seus cidadãos que se destacaram os campos amambaienses. Craques. Verdadeiros profissionais, que só não seguiram carreira futebolística por razões adversas.
Entre os nomes relembrados por quem conheceu estes verdadeiros profissionais está o de Nelson Antônio da Cruz, ou Galego. Um craque em campo, imbatível, uma destreza com a bola comparada com a de nomes dos melhores times do mundo.
Galego teve uma carreira no futebol. Nascido em Ponta Porã, veio ainda criança, com seis anos, morar em Amambai. Entre a infância e vida adulta, construiu sua vida, uma família. É casado com Vilma Oliveira da Cruz, tem dois filhos, Carlos Alberto e Regina. Em 2009, recebeu o Titulo de Cidadão Amambaiense.
Entre 1964 e 1970, morou em São Paulo, quando jogou pelo clube Prudentina, de Presidente Prudente, em São Paulo.
Aos 18 anos, recebeu convites para jogar em dois grandes clubes do Brasil, o São Paulo Futebol Clube e o Cruzeiro Esporte Clube, recusando o convite de ambos. “Naquela época não havia comunicação, meus pais não aceitavam que precisaríamos conversar por cartas, então, não aceitei a vaga”, afirma ele.
Segundo Galego, ele jogou em Prudentina até o clube cair da divisão especial, chegando ao seu fim. Em Amambai, vários clubes contaram com sua participação, entre eles o União Futebol Clube e o Associação Atlética Milionários.
“Eu joguei em campo até me machucar, logo após comecei a jogar salão e venho jogando até hoje”, diz ele. Entre as equipes que atuou no Futsal estiveram o Posto Shell e a do Supermercado Ki-Pão.
Galego torce pelo Santos Futebol Clube. “Sou Santista até debaixo d’água”, diz ele.
Sobre a Copa
Quando questionado sobre qual é o jogador mais completo no Brasil atualmente, Galego cita Neymar e afirma que se ele não jogar, o Brasil não fará a diferença na Copa. Já sobre qual é o jogador que não foi escalado, mas deveria, Galego cita Ronaldinho Gaúcho. “Só de ouvir o nome dele, mesmo como reserva, a outra equipe treme”, diz ele.
No futebol profissional do Brasil, Nelson diz que apenas 5% dos jogadores entendem mesmo o que é futebol e sabem jogar realmente.
Sobre a Copa no Brasil, Galego afirma ser algo que sobe a autoestima dos brasileiros, mas que várias pessoas não entendem o sentido disso. “As manifestações são geradas por isso e com elas será criada uma imagem ainda pior sobre o Brasil no exterior”, diz ele.
Futebol amambaiense
“Eu não assisto o futebol atual, não vejo os campeonatos que acontecem, então não conheço os talentos que surgem, mas sei que um dos grandes jogadores que vieram logo depois de mim foi o Paulinho Brescovit”, diz ele.
Segundo Nelson, poucos foram os bons jogadores encontrados aqui, que entendiam realmente de futebol.
Quando questionado sobre o que falta para Amambai voltar a ter uma valorização do esporte, Galego fala sobre a necessidade do incentivo, tanto da Prefeitura quanto das empresas e da população em geral.
Histórias no futebol
Entre suas histórias favoritas, tem uma que se passou em 1968, quando Nelson jogou pela Guarda Civil do estado de São Paulo, sendo o único civil no time e ainda foi considerado o melhor jogador da partida. “Foi a melhor partida da minha vida, fizeram um baile para comemoração do título e me convidaram para ser o primeiro a dançar”, lembra ele.
O evento aconteceu em Florínia, no estado de São Paulo, durante a festa da Rainha do Algodão.
Galego destaca ainda a inauguração do Clube Tereré de Amambai, onde foi um dos colaboradores. Ele frequenta o clube e continua jogando futebol no local hoje em dia.
“Pra mim o futebol é o melhor esporte, nunca perdi o gosto pelo esporte e não irei perder”, conclui Galego.
