21/06/2014 10h21 – Atualizado em 21/06/2014 10h21
Fonte: FIFA
Imerso nas comemorações após a Costa Rica derrotar a Itália por 1 a 0 e garantir um lugar nas oitavas de final da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014, Díaz procura o celular. Ele tem um telefonema importante a fazer, para seu pai. O Díaz pai foi um dos astros do futebol da Costa Rica na década de 1980, mas quando a seleção se classificou para a primeira Copa do Mundo da FIFA, em 1990, ele foi deixado de fora e não viajou para a Itália. Apesar do clamor da torcida na Costa Rica por causa da sua omissão, o então técnico Bora Milutinovic foi impassível.
“Meu pai ficou muito triste,” acrescentou Junior, que na época era apenas um garoto. “Mas agora tenho a oportunidade de estar aqui na Copa do Mundo e fazer história. É como se ele estivesse presente aqui neste momento. Por meio de mim, esta é também a Copa do Mundo dele. Estou feliz como filho, e ele está feliz e orgulhoso como pai.”
Junior Díaz esteve no centro de todas as comemorações nesta sexta-feira, em Recife. O atacante franzino a quem não faltam com força e velocidade foi cercado pelos companheiros depois de presentear Bryan Ruiz com o cruzamento perfeito que resultou no único gol da partida. E foi cercado novamente no momento do apito final, quando os costarriquenhos conquistaram a maior vitória da sua história.
“É tudo muito especial para mim porque nunca esteve garantido que eu entrasse no time titular”, disse ao FIFA.com depois que as comemorações se acalmaram na Arena Pernambuco. Díaz, que atua na Alemanha pelo Mainz, chegou ao selecionado como substituto do lateral esquerdo Bryan Oviedo, que quebrou a perna no início deste ano. “Fiz parte da criação da jogada do gol e ajudei a equipe. Este é o melhor momento da minha carreira e um dos melhores da minha vida.”
Díaz é o retrato de um homem vivendo um sonho improvável. O entusiasmo é contagiante, e o sorriso radiante transmite toda a emoção que permeia esta seleção costarriquenha em busca de grandes sonhos aqui no Brasil.
“Fizemos história”, acrescentou, enquanto os companheiros que passavam lhe davam tapas nas costas. Ele se deleitou com a atenção da mídia. “Ousamos sonhar que poderíamos derrotar o Uruguai e conseguimos”, disse a respeito da partida em Fortaleza há seis dias, justamente a sua estreia na Copa do Mundo da FIFA. “Então sonhamos que poderíamos derrotar a Itália e chegar à segunda fase, e conseguimos. Agora podemos sonhar ainda mais alto.”
Este é o melhor momento da minha carreira e um dos melhores da minha vida.
As atuações impecáveis de Díaz são indicativas da profundidade desta seleção da Costa Rica — que está surpreendendo todos, exceto seus torcedores apaixonados que viajaram ao Brasil. “Perdemos alguns jogadores ao longo do caminho devido a lesões”, disse o lateral. “Oviedo não foi o único,” acrescentou, apontando no corredor o atacante Álvaro Saborío, que se uniu à seleção apesar de estar lesionado. Para se movimentar, ele usa uma scooter que empurra com a perna não lesionada; os companheiros o ajudam quando é necessário.
“São jogadores importantes para nós”, prosseguiu Díaz. “Eles participaram das eliminatórias e fizeram um bom trabalho. Mas temos cobertura. Você não entra para esta equipe só porque é costarriquenho. Todos os jogadores desta seleção, do 1 ao 23, podem jogar. Quando alguém sai, outro se levanta imediatamente e o substitui. É disso que se precisa para vencer. E é isso que temos.”
Ansioso para saborear ainda mais o momento, Díaz corre em direção aos companheiros com os olhos brilhando. Este é um homem que quer aproveitar a oportunidade ao máximo, sem deixar nada escapar.
