28/06/2014 11h06 – Atualizado em 28/06/2014 11h06
Fonte: FIFA
Ele viveu pessoalmente o melhor momento da história do futebol francês. Foi campeão da Copa do Mundo da FIFA França 1998 e da Euro 2000. Mas também esteve presente em momentos amargos e complicados, como o da eliminação ainda na fase de grupos do Mundial de 2002, quando o máximo que a França obteve foi um empate sem gols com o Uruguai.
O ex-jogador Youri Djorkaeff está agora no Brasil. Mas já não pisa o gramado, e sim as tribunas de imprensa, onde comenta os jogos do Mundial. “Estou muito contente por poder viver esta experiência”, conta ao FIFA.com. “Estou curtindo muito. Sei que há alguns problemas, que certas coisas não foram finalizadas, mas os estádios são estupendos e o ambiente nos jogos é genial. Este é um país do futebol, no qual se respira futebol. É uma grande oportunidade para sentirmos o futebol à moda brasileira.”
Membro da histórica geração capitaneada por Didier Deschamps (atual técnico francês) em 1998, Djorkaeff só tem elogios ao selecionado que conquistou classificação para as oitavas de final no Brasil 2014. “Teve um início excelente. Acho que ninguém esperava. Antes de começar o torneio, após a classificação contra a Ucrânia, sabíamos que a equipe estava preparada como grupo. E passo a passo eles estão começando a construir algo sólido como equipe. Acho que temos uma equipe de futuro, muito competitiva, muito concentrada e que proporcionará partidas muito interessantes.”
O ex-jogador de 46 anos evita fazer prognósticos: “Deixamos isso para os torcedores. A França tem de ir jogo a jogo. A expectativa tem de ser a de jogar bem a próxima partida. Mas acho que estamos em um bom momento, e é preciso aproveitá-lo.”
O segredo da Copa
Apesar das boas vibrações, Djorkaeff mantém os pés no chão. “Depois da fase de grupos, começa um torneio completamente novo. A pressão é totalmente diferente. Não falo do que diz a imprensa ou a torcida. Falo do vestiário. É criada muita pressão, pois se você perde vai para casa. Agora é quando começa o verdadeiro torneio. Esta é a verdadeira Copa.”
A partir da sua própria experiência, ele aconselha os jogadores. “É preciso estar tranquilo e seguir com humildade. Concentrar-se em tratar bem a bola em cada jogo. É preciso jogar como equipe. Este é o segredo de cada equipe de sucesso neste torneio. Por que Costa Rica, México e Chile avançaram, se não eram favoritos? Porque jogam como uma equipe.”
O francês explica a premissa. “Esta é uma Copa para os astros que jogam em equipe. Isso é o que deve ser o futebol, um esporte coletivo. Não há favoritos. As boas equipes são as fortes coletivamente e com grandes individualidades que jogam para a equipe. Acho que o Neymar é o melhor exemplo: é o astro, mas é mais um membro da seleção brasileira. A equipe joga para ele, e ele joga para a equipe.”
Djorkaeff também comenta a eliminação prematura da Espanha: “Estiveram muito abaixo em dois jogos. Não havia mais o que dar, não tinham mais potência. É muito estranho ver esta equipe e estes jogadores jogando tão mal. Foi o final de uma era. Eles não estavam prontos para lutar. Além disso, ninguém esperava um começo de Copa do Mundo em nível tão alto, e as equipes europeias sofreram muito.”
