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segunda-feira, 15 de setembro de 2025

Estoques doméstico e global de milho devem manter pressão sobre preços

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11/12/2014 13h08 – Atualizado em 11/12/2014 13h08

Fonte: Agência Estado

O excedente de milho deve continuar exercendo pressão baixista sobre as cotações domésticas e internacionais do produto na próxima temporada. Ontem, Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com dados nacionais, e Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), com números globais, atualizaram suas projeções de estoques ao final do ciclo 2014/15 e sinalizaram que tamanha oferta dificilmente abrirá espaço para preços mais remuneradores ao produtor. Cientes disso, agricultores brasileiros têm demonstrado maior interesse em negociar a safra futura do cereal. No spot, a demanda é limitada e deve seguir assim até o final do ano.

A safra brasileira de milho, segundo a Conab, chegará a 78,689 milhões de toneladas em 2014/15, 1,5% menor que a colheita 2013/14. Vale lembrar que os números ainda não consideram projeções firmes para a segunda safra. Apesar da menor produção estimada, a estatal prevê que o estoque final do ciclo será de 19,45 milhões de toneladas, volume ainda maior que as 15,46 milhões de toneladas previstas para o término da temporada 2013/14, em janeiro de 2015, e que as 18,68 milhões de toneladas estimadas pela Conab em outubro.

O cenário global é igualmente baixista, conforme o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Em relatório mensal de oferta e demanda, também divulgado ontem, o governo norte-americano previu estoque final global de 192,2 milhões de toneladas, acima da projeção de outubro, de 191,5 milhões de toneladas, e na direção contrária das estimativas de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que esperavam redução para 191,3 milhões de toneladas.

No mercado doméstico, o que está mudando em 2014/15 é a estratégia de produtores brasileiros, que estão antecipando a negociação da safra futura. A semana tem sido de menor interesse de venda, mas ainda assim produtores ofertam e se mostram mais dispostos a travar custos enquanto os preços estão acima do mínimo de garantia.

Em Mato Grosso, compradores indicavam R$ 15,50/saca para retirada e pagamento em agosto em Nova Mutum, porém sem registro de negócios esta semana. Na semana passada, rodaram 8 mil toneladas nesse mesmo patamar para retirada em 25 de agosto e pagamento no dia 31 do mesmo mês. “Estão saindo volumes, mas por uma pequena diferença de preço rodaria muito mais”, destacou o corretor Ramicés Luchesi, da MT Grãos. Ele afirmou que produtores trabalham com o patamar psicológico de R$ 16/saca, que ainda não foi atingido desde que a comercialização antecipada começou. Segundo o corretor, produtores fecham negócios na região para travar parte dos custos. Além de a comercialização futura estar ocorrendo em níveis mais altos do que no ano passado, vendedores querem fixar parte da produção agora para aproveitar que os preços estão acima do mínimo, temendo que se repita a situação dos dois últimos anos, quando cederam com a aproximação da colheita. “Produtor está aproveitando os níveis atuais mesmo não sendo exatamente o valor que ele quer”, afirmou.

No spot, havia propostas a R$ 17/saca em Nova Mutum. As pedidas são para exportação e tem pagamento no início de janeiro. Os valores são os mesmos da semana passada, mas sem registro de negócios nas duas semanas. Segundo o corretor, a maioria dos vendedores quer negociar em janeiro e fevereiro na expectativa de propostas maiores do mercado interno. Por ora, segundo ele, indústrias locais têm se mantido distantes das negociações.

No oeste do Paraná, ainda há registro de negócios no spot, isso porque consumidores domésticos buscam os últimos lotes antes do recesso de final de ano. Ontem, 2 mil toneladas foram negociadas na região a R$ 24/saca, preços que tem se mantido estável, segundo corretor local. Para a safrinha, ele não tinha referência de preços.

Na região de Luis Eduardo Magalhães (BA), lotes pequenos, entre 2 mil e 3 mil sacas, saem entre R$ 24/saca e R$ 25/saca para entrega imediata. Grandes consumidores, que buscam volume, estão abastecidos e indicam R$ 22,50/saca e não têm pressa em fechar negócio ainda neste ano, segundo Pedro Fagundes, da Assessoria em Mercado de Grãos (Asmeg).

O indicador Cepea/Esalq fechou em alta de 0,79%, a R$ 26,95 a saca. Em dólar, o preço ficou em US$ 10,32/saca (+0,10%). A moeda norte-americana terminou a sessão a R$ 2,6120 (+0,66%).

Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros foram pressionados pelos dados de estoques globais amplos do USDA e fecharam em queda. O vencimento março, de maior liquidez atualmente, cedeu 1,50 cent (0,38%), a US$ 3,9375 por bushel.

No mercado norte-americano, no entanto, a pressão é menor. Contrariando algumas projeções de analistas, o USDA não fez alterações na sua estimativa de exportação, projetada em 44,45 milhões de toneladas, e elevou a previsão de consumo doméstico para 347,22 milhões de toneladas.

Foto: Ascom Famasul

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