25/04/2015 08h13 – Atualizado em 25/04/2015 08h13
Fonte: Rádio ONU
A crise humanitária na Síria está sendo debatida pelo Conselho de Segurança nesta sexta-feira, num encontro com a participação da enviada especial do alto comissário da ONU para Refugiados, a atriz Angelina Jolie Pitt.
Desde o início do conflito sírio, em 2011, ela fez 11 visitas aos civis refugiados no Iraque, na Jordânia, no Líbano, na Turquia e na ilha de Malta. No Conselho de Segurança, Jolie Pitt relatou que a esperança que os refugiados tinham com o fim do conflito transformou-se em ódio.
Indignação
A enviada especial lembrou a raiva de uma homem que segurava no colo um bebê e perguntava: “O meu filho filho é terrorista?” Já no seu último encontro com os refugiados sírios, em fevereiro, Angelina Jolie Pitt sentiu que a raiva deu lugar à passividade e à miséria, com os civis questionando porque eles não mereciam ser salvos.
Ela declarou que a crise na Síria está pior pela “divisão e indecisão da comunidade internacional”, o que previne o Conselho de Segurança de cumprir suas responsabilidades.
Falta de Vontade
Jolie Pitt lembrou que a lei humanitária internacional proíbe tortura, fome e ataques contra escolas e hospitais, crimes que ocorrem diariamente na Síria.
Ela lembrou que o Conselho de Segurança tem o poder de tratar das ameaças à paz e à segurança internacionais, mas na avaliação dela, esses “poderes não estão sendo utilizados”. Para a enviada, “o problema é a falta de vontade política”.
A atriz afirmou ser, “revoltante ver milhares de refugiados se afogando à beira do continente mais rico do mundo” e lembrou que as pessoas só arriscam suas vidas e a de suas crianças numa situação de desespero extremo.
Obrigação
Ao Conselho de Segurança, ela declarou que “se não for possível acabar com o conflito na Síria”, existe ao menos uma “obrigação moral inevitável em ajudar os refugiados e fornecer meios legais para a sua segurança”.
Outro ponto do discurso de Jolie Pitt no Conselho de Segurança foi sobre violência sexual. Ela pediu maior resposta da comunidade internacional, começando pelos cuidados com as sobreviventes e acusando os responsáveis por esses crimes.
Para a atriz, a crise na Síria é um exemplo de que a “incapacidade de se encontrar soluções diplomáticas causa deslocamento em massa de pessoas e leva milhões de civis ao exílio”.