07/01/2016 13h51 – Atualizado em 07/01/2016 13h51
Fonte:ABr
Manifesto assinado por 40 embaixadores brasileiros critica a forma como o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, conduziu a indicação de seu novo embaixador no Brasil, Dani Dayan. Segundo a nota divulgada hoje quinta-feira (7), é “inaceitável” que o nome dele tenha sido anunciado publicamente antes de ser submetido ao governo brasileiro.
“Essa quebra da praxe diplomática parece proposital, numa tentativa de criar fato consumado, uma vez que o indicado, Dani Dayan, ocupou entre 2007 e 2013 a presidência do Conselho Yesha, responsável pelos assentamentos na Cisjordânia considerados ilegais pela comunidade internacional, e já se declarou contrário à criação do Estado Palestino, que conta com o apoio do governo brasileiro e que já foi reconhecido por mais de 70% dos países-membros das Nações Unidas”, diz o texto.
No manifesto, os embaixadores dizem esperar que a questão seja superada. “Nessas condições, apoiamos a postura do governo brasileiro na matéria e fazemos votos de que o presente episódio seja superado prontamente a fim de podermos, em conjunto, reforçar os vínculos entre os dois países num momento histórico em que o espírito de conciliação se torna imperativo”
Leia abaixo a íntegra do documento:
“Quarenta dos mais destacados embaixadores brasileiros assinaram a seguinte nota sobre Israel:
Nós, os diplomatas aposentados abaixo assinados, lembrando a memória do embaixador Luís Martins de Sousa Dantas, que salvou centenas de judeus do Holocausto; orgulhosos do papel desempenhado. Nós, os diplomatas aposentados abaixo assinados, lembrando a memória do embaixador Luís Martinspelo Brasil nas Nações Unidas quando, sendo Osvaldo Aranha Presidente da Assembleia Geral, foi sancionada a criação do estado de Israel,
Consideramos inaceitável que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, haja anunciado publicamente o nome de quem pretendia indicar como novo embaixador de seu país no Brasil antes de submetê-lo, como é norma, a nosso governo. Essa quebra da praxe diplomática parece proposital, numa tentativa de criar fato consumado, uma vez que o indicado, Dani Dayan, ocupou entre 2007 e 2013 a presidência do Conselho Yesha, responsável pelos assentamentos na Cisjordânia considerados ilegais pela comunidade internacional, e já se declarou contrário à criação do Estado Palestino, que conta com o apoio do governo brasileiro e que já foi reconhecido por mais de 70% dos países-embros das Nações Unidas.
Nessas condições, apoiamos a postura do governo brasileiro na matéria e fazemos votos de que o presente episódio seja superado prontamente a fim de podermos, em conjunto, reforçar os vínculos entre os dois países num momento histórico em que o espírito de conciliação se torna imperativo.
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Adhemar Bahadian
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Amaury Porto de Oliveira
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Armando Victor Boisson Cardoso
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Brian Michael Fraser Neele
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Carlos Alberto Leite Barbosa
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Carlos Eduardo Alves de Souza
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Christiano Whitaker
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Edgar Telles Ribeiro
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Fernando Guimarães Reis
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Fernando Silva Alves
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Geraldo Holanda Cavalcanti
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Heloisa Vilhena de Araujo
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Hildebrando Tadeu Valladares
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Janine-Monique Bustani
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Joaquim A. Whitaker Salles
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Jorio Dauster
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José Maurício Bustani
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José Viegas Filho
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Julio Cesar Gomes dos Santos
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Luciano Rosa
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Luiz Augusto de Castro Neves
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Luiz Fachini-Gomes
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Luiz Felipe Lampreia
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Luiz Orlando Carone Gelio
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Marcílio Marques Moreira
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Marcio Dias
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Maria Celina Azevedo Rodrigues
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Oswaldo Portella
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Roberto Abdenur
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Ronaldo Mota Sardenberg
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Samuel Pinheiro Guimarães
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Sergio Fernando Guarischi Bath
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Sergio A. Florencio Sobrinho
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Sergio Henrique Nabuco de Castro
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Sergio Serra
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Stelio Amarante
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Thereza Quintella
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Vera Pedrosa
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Virgílio Moretzsohn de Andrade
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Washington Luis P. Sousa”
