25/01/2016 07h56 – Atualizado em 25/01/2016 07h56
Conversa nada fiada
Por Odil Puques
“Filhos… Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos Como sabê-lo?”
Vinícius de Moraes
Ela no benzedor
De uma feita levei a Menina no benzedor, para tirar mal olhado, quebranto essas coisas, obviamente que fui questionado do porque estarmos em tão insólita visita, tentei explicar do que se tratava e que aquela reza ajudaria a mantê-la mais calma, sem tantas brigas e discussões com o irmão. Tempos depois, a mesma chegou à conclusão que a benzeção não havia ajudado muito. – Porque filha? – Ora, porque eu continuo manhosa.
Brigas
São irmãos e como tal se amam, apesar de não saberem disso ainda por terem sete e cinco anos respectivamente, mas vivem numa eterna disputa pela atenção dos pais, e tudo que couber a um tem que contemplar o outro, se der uma volta de bicicleta com a ela, ele já fica na espera, picolés, sacolés, doces, abraços, beijos, tudo tem que ser proporcionalmente dividido e nas mesmas cores e sabores, sob pena do mundo cair em volta da família. Certa vez, uma dessas viroses pegou o Menino e não havia benzimento que desse jeito. Tivemos que interná-lo. Pois ela não achou aquilo justo e exigiu passar também três dias no hospital.
Inglês
Desde tenra idade o Menino frequenta aulas para aprender a língua da Rainha Vitória, tão necessária em tempos hodiernos. Leva as tarefas para casa e obviamente recorre a ajuda dos adultos sempre que necessário. Daquela vez tinha a lição exigia que traduzisse algumas palavras de um vernáculo a outro. As mais comuns o pai foi se safando, blue/azul, teacher/professora, ten/dez, yellow/amarelo, reminiscence? – Eu acho que é reminiscência, meu filho. – Não pai, pedi que você me ajudasse a traduzir e não falar a palavra no feminino.
Os pés do pai
– Lelo, lelo, lelo teu pai não tem chinelo.
– Se o meu não tem o teu também não.
– O meu tem sim, olha lá para os pés dele.
– Mas então porque você cantou que o meu não tinha?
– Porque o teu não tem, mas o meu sim.
– Não irmã.
– Não, o que?
– Não podemos deixar o pai sem chinelos.
– Terezinha de Jesus…
O autor é advogado e escreve semanalmente nesta coluna.
