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domingo, 2 de junho de 2024

Bolt fatura o tricampeonato olímpico nos 100m

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15/08/2016 07h39

Velocista jamaicano conquista o ouro com o tempo de 9s81, no Estádio Olímpico, seguido pelo norte-americano Justin Gatlin e pelo canadense Andre De Grasse

Fonte: PB

Menos de dez segundos. Era o tempo que os torcedores que encheram o Estádio Olímpico, neste domingo (14.8), teriam para assistir à final dos 100m rasos do atletismo. Desde 2007, Usain Bolt não fica acima desta marca. O jamaicano não decepcionou, correu em 9s81 para conquistar seu sétimo ouro e o tricampeonato na prova mais rápida das Olimpíadas.

O objetivo dele, agora, é alcançar a “imortalidade”, que em sua opinião virá se conseguir repetir os feitos das duas últimas edições dos Jogos, quando conquistou o ouro nos 100m, 200m e 4 x 100m. “Alguém disse algo na coletiva (de imprensa) que se eu vencesse os três ouros nessa Olimpíada eu seria imortal. Gostei disso. Fico com essa imortalidade então”, disse o velocista, mostrando seu bom humor.

A retribuição ao carinho e ao esforço que pessoas de diversas partes do mundo fizeram para vê-lo foi dada com mais meia hora de “convivência”. Após confirmar o ouro, Bolt deu uma volta completa pelo estádio com um exemplar de pelúcia do mascote Vinícius nos braços, fez pausas para selfies, acenou, abraçou torcedores que estavam na primeira fila de cadeiras, desfilou com a bandeira da Jamaica e, claro, finalizou o percurso com o gesto do “raio”.

“Sempre vou levar meu carisma ao esporte. A multidão adora essa energia, jovens procuram pessoas cheias de emoção. Eles querem fazer parte, não apenas assistir. O público brasileiro tem sido excelente, os fãs são incríveis”, elogiou Bolt, referindo-se ao comportamento dos torcedores com ele. No entanto, o atleta criticou duramente as vaias direcionadas ao norte-americano Justin Gatlin, principal candidato a estragar a festa do jamaicano, quando o velocista foi anunciado na final. “Fiquei chocado. Primeira vez que vejo isso. Não esperava que o público vaiasse um colega”, criticou Bolt.

O norte-americano, aliás, fez uma ótima largada e só foi ultrapassado nos metros finais. Com o tempo de 9s89, Justin Gatlin, 34 anos, conquistou a prata, sua terceira medalha olímpica na prova. Ele é o único a ter uma de cada cor nos 100m, com o ouro em Atenas 2004 e o bronze em Londres 2012. “Para mim, tenho uma visão de túnel. Nem sabia se estaria no pódio ou não, estava focado na minha raia. Estou feliz por estar no pódio, sendo o mais velho na pista. É uma honra correr com caras como Usain e De Grasse”, disse, referindo-se ao canadense Andre De Grasse, que ficou com o bronze ao ultrapassar a linha de chegada em 9s91.

O “raio” participou da segunda semifinal, que teve início às 21h07. Ele correu os 100m em 9s86, o que já era seu melhor resultado no ano e garantiu a passagem para a final em primeiro lugar. Pouco mais de uma hora depois, às 22h25, Bolt voltava à pista. Intervalo considerado curto pelo atleta, que acredita que faria um tempo melhor na última prova se estivesse mais descansado. “Foi muito difícil correr rápido porque o intervalo foi realmente curto”, reclamou. “Eu provavelmente teria corrido mais rápido”.

Mesmo com o tempo reduzido entre a semifinal e a decisão, Bolt estava confiante. “Minhas pernas estavam cansadas pelo intervalo curto, mas eu estava pensando na execução. Gatlin sempre tem boa largada, que é a assinatura dele, mas eu disse para mim mesmo para fazer meu tempo e alcançar a liderança. Depois das semifinais, eu estava confiante de que poderia vencer essa prova”, contou o jamaicano.

Predestinado

O dia 18 de julho de 2007, para Usain Bolt, está distante em sua vida. Pertence a um passado que há muito ficou para trás na história do velocista. Naquela data, competindo em Retimno, na Grécia, Bolt cruzou a linha de chegada dos 100m em 10s03 e estabeleceu sua melhor marca naquele ano. E essa foi a última vez em que, ao final de uma temporada, o jamaicano terminaria o circuito com um tempo acima dos 10 segundos na prova.

Em 16 de agosto de 2008, no Ninho do Pássaro, durante os Jogos Olímpicos de Pequim, Usain Bolt correu os 100m em 9s69 e conquistou o ouro estabelecendo um novo recorde mundial. A marca seria igualada pelo norte-americano Tyson Gay, em 20 de setembro do ano seguinte, em Xangai, mas se tratava de um recorde que estava fadado a ser batido.

Exatamente um ano após ter brilhado em Pequim, Bolt competiu nos 100m no Campeonato Mundial de Berlim e o que ele fez naquele 16 de agosto de 2009 chocou o planeta. Quando ele cruzou a linha de chegada e o cronômetro estampou 9s58, o jamaicano se tornou o primeiro e até hoje o único homem na história a correr a prova abaixo dos 9s60, uma barreira tão impressionante que nem mesmo o jamaicano voltou a quebrar.

Trata-se de um recorde que, obviamente, enche o raio de orgulho, mas que ele deixa em segundo plano quando o assunto são seus verdadeiros objetivos. “Meu recorde de 9s58 é ótimo. Mas nunca saberemos o que poderão fazer no futuro. O meu foco é ganhar medalhas”, ressaltou o velocista.

Para deixar o mundo ainda mais perplexo, quatro dias depois de quebrar o recorde mundial nos 100m, Bolt voltou à pista no Mundial de Berlim e, em 20 de agosto de 2009, fez o mesmo nos 200m, estabelecendo a melhor marca de todos os tempos na prova: 19s19, que ainda hoje se mantém.

Credenciado pelos recordes e por sua incrível performance em Pequim 2008, Bolt desembarcou em Londres em 2012 para os Jogos Olímpicos com um único objetivo: conquistar novamente os ouros nos 100m, 200m e no revezamento 4 x 100m e confirmar seu reinado olímpico iniciado na China.

Com a missão cumprida nos Jogos de 2012, a meta de Usain Bolt passou a ser as Olimpíadas do Rio, onde o jamaicano, como ele mesmo disse, pretende deixar para trás seu status de lenda viva e transcender para um patamar ainda maior.

Restam para ele, agora, os desafios dos 200m, na quinta-feira (18.8), e do revezamento 4 x 100m, na sexta-feira (19.8). Se for o mais rápido nas duas provas, Bolt terá, de fato, eternizado seu nome na história do esporte e será para sempre lembrado como o primeiro a conquistar medalhas douradas nas três provas em três Olimpíadas seguidas. Nesses sentido, ele será mesmo imortal.

Recorde Mundial

Outros dois grandes momentos na noite deste domingo foram a quebra de um recorde mundial que durava 17 anos e uma dobradinha sul-americana no pódio. Wayde van Niekerk, da África do Sul, correu os 400m em 43s03 e superou a marca de Michael Johnson (43s18) de 26 de agosto de 1999. A prata foi para o britânico Kirani James (43s76) e o bronze ficou com o norte-americano Lashawn Merritt (43s85). “Tenho que me beliscar para acreditar no que está acontecendo”, disse o novo recordista mundial.

No salto triplo feminino, uma dobradinha sul-americana chamou atenção. A colombiana Caterine Ibarguen alcançou 15m17 e obteve o ouro, seguida pela venezuelana Yulimar Rojas, que fez 14m98 e ficou com a prata. “Considero que a América do Sul está em seu melhor momento no atletismo. Acho que teremos mais bons resultados. Estamos plantando talentos e nos dando conta que podemos ser fortes no atletismo”, comentou a campeã olímpica.

Divulgação

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