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sexta-feira, 20 de junho de 2025

Os 12 principais tipos de transtorno alimentar, de anorexia a compulsão

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16/02/2020 11h00

Alguns, como bulimia ou anorexia, são conhecidos. Já outros (vigorexia, pregorexia…) passam despercebidos. Veja como identificar transtornos alimentares

Fonte: André Biernath / Saude Abril

Hoje, não só aumenta o número de transtornos alimentares como o de suas vítimas. Tanto que o último Congresso Brasileiro de Psiquiatria (CBP), que aconteceu no Rio de Janeiro, contou com uma sessão especial para discutir as diferentes formas desse problema se manifestar.

Selecionamos os principais tipos para que você aprenda a identificá-los e saiba quando é hora de procurar ajuda:

Anorexia

Na sala do CBP onde se discutiu os diferentes tipos de transtorno alimentar, especialistas apresentaram doenças já conhecidas há séculos e outras que foram descritas nos últimos anos. A anorexia, claro, foi uma das mais citadas.

“Trata-se de uma condição mental com a mais alta taxa de mortalidade, pois provoca uma perda de peso muito rápida”, descreve a psiquiatra Christina de Almeida dos Santos, da Faculdade Pequeno Príncipe, em Curitiba, uma das palestrantes do evento.

Os pacientes começam a restringir o consumo de alimentos que eles consideram muito calóricos e esses cortes ficam cada vez maiores. Ao mesmo tempo, distorcem a própria imagem corporal e continuam a achar que estão gordos.

Bulimia

Outro quadro bastante conhecido desse panteão de doenças. Ao contrário do que se pensa, os acometidos por ela não são magérrimos. Muitos ficam constantemente acima do peso e se incomodam bastante com esse fato.

“Na bulimia, há dois momentos: primeiro, um exagero no consumo de determinados produtos. Na sequência, o sujeito se sente culpado por ter ingerido tudo aquilo e encontra alguma maneira de expurgar aquelas calorias”, explica a médica Fátima Vasconcellos, diretora da Associação Brasileira de Psiquiatria.

O método mais utilizado para eliminar esse excesso costuma ser a indução do vômito. Mas existem outras maneiras encontradas para fazer essa compensação.

“Há quem tome remédios, como laxantes e diuréticos, enquanto outros apostam em exercícios físicos extenuantes”, acrescenta a especialista. Essas ações geralmente são feitas sem que familiares e amigos saibam.

Compulsão alimentar

Ao lado de anorexia e bulimia, a compulsão alimentar faz parte da tríade clássica dos transtornos alimentares. Nela, a questão é o exagero mesmo: a pessoa devora uma quantidade enorme de comida. Alguns chegam a ingerir de 4 mil a 15 mil calorias em poucos minutos — a média recomendada para um adulto saudável são 2 mil calorias por dia.

Aqui, não acontece nenhuma tentativa para eliminar esses alimentos, como vômitos ou remédios. Esses ataques súbitos de gulodice são motivados por dilemas emocionais, como ansiedade e estresse. “Falamos de um problema grave de saúde pública, pois muitos dos portadores desenvolvem obesidade grave”, ressalta Fátima.

É importante diferenciar também episódios isolados de algo mais crônico e preocupante: exagerar vez ou outra no rodízio de pizzas ou na churrascaria não é reflexo de uma doença psiquiátrica.

Tare

Sigla para transtorno alimentar restritivo evitativo. É o quadro típico de crianças que se recusam a comer um grupo alimentar específico por motivos que vão de aparência e cor a odor, textura, temperatura e paladar. Há quem não experimente nada que seja amarelo, outros fogem de purês e papas, um terceiro grupo evita frutas e verduras, e assim por diante.

Claro que todo mundo tem suas manias e preferências nos primeiros anos de vida, mas deve-se ligar um sinal de alerta quando essa restrição impede o consumo de nutrientes essenciais, que impactam o desenvolvimento infantil e podem levar a déficits importantes.

Recentemente, um jovem britânico de 17 anos vítima de Tare perdeu a visão porque só se alimentava de batata frita e pão branco. A ausência de vitaminas e minerais em sua dieta foi tão grave que lesou o nervo óptico, responsável por captar e transmitir os estímulos de luz do ambiente ao cérebro.

Ruminação

O sujeito regurgita um pouco do que comeu na última refeição e mastiga novamente. Parte dos portadores cospe o conteúdo, enquanto outra parcela engole uma segunda vez. Esse processo se repete praticamente todos os dias e não está relacionado a nenhuma outra condição médica, como o refluxo gastroesofágico.

Se comparado com o vômito provocado na bulimia, o volume de alimentos que volta à boca é pequeno, o que permite disfarçar a ruminação por meio de tosses e outras táticas. Esse quadro foi descrito em bebês, crianças, adolescentes e até adultos de 20 a 30 anos.

Além da saúde mental, o transtorno traz outras consequências ao organismo: a ida constante de ácidos estomacais para o esôfago, a garganta e a cavidade bucal provoca úlceras, mau hálito e cáries. Muitos sofrem uma perda de peso rápida e desenvolvem outros incômodos, caso de náuseas, constipação ou diarreia.

Pica

Em latim, pica é o nome de um pássaro muito comum em parte da Europa. Esse bicho come praticamente qualquer coisa. Os sujeitos com essa síndrome apresentam um comportamento parecido: eles ingerem itens que não são considerados alimentos de verdade, como moedas, terra, argila, carvão, tecidos… Além disso, entram na descrição os casos de quem engole ingredientes sem nenhum preparo, como farinhas e batatas cruas.

É normal que crianças pequenas levem à boca muitos desses objetos, pois estão explorando o mundo à sua volta. A situação fica séria quando isso vira um hábito e perdura por três meses ou mais.

O transtorno, também conhecido pelo nome de alotriofagia ou alotriogeusia, se distingue de costumes locais: alguns povos originários da África e das Américas experimentavam terra e outros elementos estranhos ao paladar em rituais e cerimônias religiosas.

Estima-se que distúrbios alimentares acometam cerca de 2% da população mundial. (Foto: Tomás Arthuzzi/SAÚDE é Vital)

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