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quinta-feira, 9 de maio de 2024

2 de Janeiro – Dia do Médico Sanitarista

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02/01/2015 08h10 – Atualizado em 02/01/2015 08h10

Fonte: Editoria HelpSaúde

Comemora-se em 02 de janeiro o dia do Médico Sanitarista. Este médico é o profissional que verifica, analisa e pesquisa a Saúde Pública e propõe alternativas para que medidas na área sejam tomadas, atuando em níveis local, regional ou central com o objetivo de melhorar a qualidade dos serviços de saúde.

A especialidade do médico sanitarista passou por inúmeras transformações ao longo de sua história. Atualmente insere-se na área de conhecimento denominada Saúde Coletiva e caracteriza-se por sua natureza multiprofissional e interdisciplinar.

SAÚDE é definida pela Organização Mundial da Saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças”. A Saúde Pública se refere à saúde como um fenômeno social de interesse público, englobando, entre outros: Higiene, Medicina Preventiva, Medicina Comunitária, Atenção Primária à Saúde nas seguintes dimensões:

  • estado de saúde da população, as condições de saúde de grupos populacionais;

  • estado de saúde do ponto de vista epidemiológico;

  • estado de saúde dos pontos de vista demográfico, sócio – econômico e cultural;

  • o serviço de saúde, a formulação e implementação de políticas de saúde.

A saúde pública age a partir da visão do Estado nas distintas organizações sociais, aplicando conhecimento para o controle de doenças graves na população através das ações de vigilância e intervenções por parte dos níveis de governo, sem se confundir com o conceito mais amplo de saúde coletiva.

Cita-se em todo o mundo ocidental a definição de Saúde Pública apresentada por Charles Eduard Winslow, nos EUA, 1920: “A arte e a ciência de prevenir a doença, prolongar a vida, promover a saúde e a eficiência física e mental mediante o esforço organizado da comunidade. Abrangendo o saneamento do meio, o controle das infecções, a educação dos indivíduos nos princípios de higiene pessoal, a organização de serviços médicos e de enfermagem para o diagnóstico precoce e pronto tratamento das doenças e o desenvolvimento de uma estrutura social que assegure a cada indivíduo na sociedade um padrão de vida adequado à manutenção da saúde”.

Quando pensamos em MÉDICO SANITARISTA nos reportamos a Oswaldo Cruz, que realizou memoráveis campanhas de saneamento e combateu epidemias. Uma epidemia se caracteriza pela incidência, em curto período de tempo, de grande número de casos de uma doença tais como a epidemia de dengue, febre aviária, meningite etc. Este termo tem origem no grego clássico: epi (sobre) + demos (povo) e sabe-se ter sido utilizado por Hipócrates no século VI a.C..

A ocorrência da EPIDEMIA se dá numa comunidade ou região, de casos de doença, acidente, malformação congênita, comportamento especificamente relacionado com a saúde ou outros acontecimentos relacionados com a saúde que ocorre em um determinado momento e espaço, é um fato até aqui normal, já que interagimos com o ambiente e outras formas de vida.

Um surto epidêmico ocorre quando há um grande desequilíbrio com o agente (ou surgimento de um), sendo este posto em vantagem. Este desequilíbrio é comum quando uma nova mutação do organismo aparece ou quando o hospedeiro é exposto pela primeira vez ao agente.

Oswaldo Cruz: uma história de amor ao sanitarismo

Oswaldo Cruz ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1887, aos 15 anos. Seu interesse acadêmico o levou a publicar artigos sobre microbiologia antes de concluir o curso. Defendeu a tese “Veiculação Microbiana pelas Águas”. Apaixonado pela profissão e pela microbiologia pode realizar o seu sonho em especializar-se em BACTERIOLOGIA no Instituto Pasteur de Paris (1896).

Retornado ao Brasil, o Porto de Santos apresentava uma epidemia de peste bubônica e interessou-se por combater a doença e fabricar o soro antevisto no Brasil, criando na Antiga Fazenda de Maguinhos, Rio de Janeiro, o Instituto Soroterápico Federal.

Na ocasião, o Diretor-Geral do Instituto era o Barão de Pedro Afonso, tendo o jovem Oswaldo Cruz como Diretor técnico que não somente fabricou o soro, como também se dedicou à pesquisa, sendo nomeado Diretor Geral do Instituto em 1902.

Foi Diretor Geral de Saúde Pública (cargo que correspondia ao Ministério) em 1903, realizando campanhas de saneamento. A peste bubônica, por exemplo, foi reduzida através do extermínio dos transmissores, os ratos.

Para combater a febre amarela suspendeu todos os métodos obsoletos e implantou medidas sanitárias para combater o mosquito transmissor da mesma forma que hoje combatemos a dengue: Usaram brigadas para eliminar focos do inseto em casas, jardins, quintais e ruas que também impediam a água estagnada onde as larvas dos mosquitos de se desenvolviam, ocasionando, curiosamente, uma revolta popular que teve seu auge em 1904, quando o sanitarista tentou promover a vacinação em massa contra a varíola.

Os jornais e a população lançaram uma campanha contra a medida, o Congresso protestou e foi organizada uma liga contra a vacinação obrigatória, estourando uma rebelião popular denominada A REVOLTA DA VACINA, em 13 de novembro, fazendo com que o Governo suspendesse a obrigatoriedade da vacina.

Oswaldo Cruz não desistiu e em 1907 a febre amarela estava erradicada no Rio de Janeiro.

Em 1908, uma epidemia de varíola levou a população aos postos de vacinação. O Brasil finalmente reconheceu o valor do SANITARISTA. Nesse mesmo ano, o Instituto Soroterápico Federal foi rebatizado como Instituto Oswaldo Cruz e a partir de 1909, o SANITARISTA passou a dedicar-se apenas ao Instituto.

Por motivos de saúde, foi obrigado a deixar o Instituto e mudou-se para Petrópolis, onde traçou um plano de urbanização que não viu ser concluído, pois faleceu, aos 44 anos, de insuficiência renal, deixando como legado o Instituto Oswaldo Cruz (FIOCRUZ).

2 de Janeiro - Dia do Médico Sanitarista

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