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sábado, 27 de abril de 2024

Pedaços da Historia de Amambai – – Artigo de Ney Magalhães

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Pedaços da Historia de Amambai – Artigo de Ney Magalhães

Por Ney Magalhães *

Motivado pela denuncia do “amambainoticias” o Jornal Eletrônico de Amambaí sobre o abandono de prédios públicos que abrigam sob suas ruínas uma parte da historia da cidade, afloram na nossa memória outros fatos e acontecimentos marcantes da contemporaneidade.

Se os bens “materiais” devem ser preservados e Tombados oficialmente, os bens culturais, a historia e o folclore como “imateriais” devem também ser cultuados com o apoio da sociedade como um todo.

Na divizão territorial que ocorreu 62 anos atraz e criou o Município de Amambaí desmembrado de Ponta Porã, deveria ter sido incluído o “Guassuty” com seus Ervais produtivos e suas matas virgens exuberantes, as melhores Terras da Região. Os Políticos falharam.

Quando da redivizão que criou o município de Aral Moreira outra vez faltou uma voz política de Amambaí para reparar aquele erro do passado, pois o Guassuty ainda continuava e continua ligado social e economicamente ao município de Amambaí.

Aquela Zona da Mata e seus habitantes amambaienses ficaram ilhados no Vale do Rio Corrente e do Rio Amambaí sem estradas e com acesso inviável para a sede do novo Município. O atual quadro continua até aos dias atuais com os produtores rurais ali sediados sentindo-se rejeitados e amargando prejuízos sócio-econômicos, e seus dividendos de Impostos sendo aplicados e usufruídos em outro local. O Guassuty de hoje, pela qualidade de suas terras detem uma das mais altas produtividades do MS em produção de Grãos e de Carne.

Jamais ouvi uma voz Política levantar este assunto, em favor de Amambaí ou dos amambaienses residentes no Guassuty. Os Políticos falharam.
Também, maus Prefeitos acabaram com o Abatedouro Municipal e com a Usina Hidroelétrica do Panduí. Os Políticos e as representações de classe falharam.

Tempos depois, por falta de liderança da Classe Política e a baixa representatividade da Classe Produtora Rural na época, o complexo de Armazenamento de Cereais, construído pelo Governador Marcelo Miranda atravez da AGROSUL lá por 1987/88, com a finalidade de ser o “embrião” de uma Cooperativa Local, foi transferido para terceiros. As representações da classe rural falharam.

Contando pedaços da Historia do desenvolvimento de Amambaí alguns fatos importantes não podem ser esquecidos. Nos idos de 1964 éramos prósperos produtores de erva-mate, inclusive contando com cinco Cooperativas de Produção e Comercialização distribuídas pelo Sul do Estado e com a Federação das Cooperativas dos Produtores de Mate Amambay Ltda. localizada às margens da Rede Ferroviária Federal em Ponta Porã.

O inconseqüente Governo Federal dos últimos tempos que precederam o Dia 31 de Março de 1964, com uma Política externa nociva aos interesses nacionais, em uma disputa politica-comercial com a Argentina eliminou totalmente a exportação da nossa Erva-Mate, acabando literalmente com a produção e comercialização da “ilex paraguayensis” que por muitos anos tinha sido o carro chefe do desenvolvimento de todo o Sul de MT.

Nós que exportava-mos 11 milhões de sacas de “erva-mate mborovirê” por safra, ficamos pobres da noite para o dia, e agora precisamos importar o produto até para o chimarrão do dia a dia.

Na conjuntura dos últimos Governos do País e do MS observa-se que os atuais Governantes federais e os estaduais são tão inconseqüentes e incompetentes quanto aqueles de 1963/64.

Podemos agora perder a potencialidade do agronegocio que vai muito mal financeiramente, com a inadimplência crescendo e tornando-se quase impossível manter-se em atividade, produzindo alimentos.

Soja e Milho com preços aviltantes e abaixo do custo de produção estão levando os homens do Campo para a falência.
“O agricultor está pagando para trabalhar”.
Os altos custos operacionais e trabalhistas e as taxas e impostos inflacionam e oneram a atividade.

Felizes estão apenas os Políticos/ Governantes, usufruindo dos dividendos produzidos por esses Heróis do Campo, também porque não existem mais Militares como os Generais e Coronéis de outros tempos. Melhor dizendo, de 1964.

Sem duvida o carro chefe da Economia do MS é a produção de Grãos, seguida bem de perto pela pecuária de corte, compondo o complexo do agro-negocio.
E o setor vai muito mal, encaminhando-se para um colapso financeiro. Nunca a agricultura foi tão mau negocio “para os agricultores” como nos dias atuais.

Os problemas são exaustivamente denunciados na mídia Estadual e Nacional, mas falta vontade política para a aplicação da solução.
Desde a malfadada Constituição de Ulisses vivemos a transição entre a Democracia/Capitalismo e o Socialismo.

Sem uma radical mudança nas Leis e no Sistema Eleitoral todos nós vamos continuar falhando e sofrendo.

E após os episódios da Operação Furacão em Dourados, quando formos votar em Outubro iremos nos sentir como bois chegando ao matadouro.

Nota dos editores: publicado na íntegra, sem edição.

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